Urbanismo
Pedido de chumbo de construção nova dissonante na Calçadinha do Tijolo, em Alfama (31.07.2025)
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. PCML, AML, PC-IP e media
Tomámos conhecimento de um projecto de construção de um edifício para a Calçadinha do Tijolo, letra A (48-A), em pleno coração de Alfama, que está em apreciação nos serviços que V. Exa. tutela.
Trata-se de um projecto da autoria do atelier Emmanuel Vieira Novo, Arquitectos, que prevê a construção de uma “moradia” com 3 pisos e garagem, que a ser aprovado pela CML representará não só um precedente grave em termos de reabilitação do centro de Alfama, ao introduzir uma estética total e assumidamente dissonante da restante malha urbana onde se insere, repetimos, o coração de Alfama, como um sério revés na promessa que V. Exa. nos fez no início do seu mandato, de que a CML não aprovaria mais projectos dissonantes como o que os seus antecessores aprovaram para a Costa do Castelo, vide “moradia” de Bak Gordon, para bairros históricos como Alfama.
Pelo exposto, solicitamos a V. Exa. a não aprovação deste projecto, ao abrigo das disposições dos regulamentos do Plano Director Municipal e do Plano de Urbanização de Alfama e da Colina do Castelo, e, obviamente, do que nos foi prometido em Março de 2022, aquando do nosso passeio pela Costa do Castelo e Alfama.
Mais propomos à CML que fundamente e submeta ao Património Cultural, IP, a classificação de Alfama como Conjunto de Interesse Público e a subsequente publicação de um manual de orientações dirigidos aos proprietários e aos arquitectos que queiram intervir no bairro.
Cordialmente
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso e Pedro Jordão
Pela preservação da fachada principal do prédio n.91 da Avenida Elias Garcia (30.07.2025)
Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. AML
No passado dia 3 de junho, houve um incêndio num edifício localizado na Av. Elias Garcia n.º 91, que foi construído no âmbito do Plano de Urbanização de Ressano Garcia, no início do séc. XX.
Sobretudo nos anos 80 e 90 fomos assistindo a uma descaracterização voraz desse mesmo urbanismo. Foram demolidos edifícios de uma riqueza arquitectónica e artística extraordinárias, para dar lugar a edifícios frios e, na maior parte dos casos, sem qualquer interesse artístico, ou mesmo arquitectónico.
Perante este infeliz incidente, a CML está a intimar os proprietários deste imóvel com vista à sua demolição TOTAL, incluindo a fachada, colocando em causa todo o conjunto arquitectónico primitivo, que ainda resistiu, e deixando um edifício primitivo (o n.º 89) esmagado por 2 construções modernas dissonantes com o restante edificado.
Em 2025, pede-se à CML uma visão crítica na preservação patrimonial, a Lisboa que atrai o turismo qualificado é a Lisboa que preserva a sua identidade histórica e renova o edificado, não se compreendendo que num bairro histórico da cidade, a primeira opção ainda continue a ser a Demolição, e não a Reabilitação ou Renovação.
Não é necessário sacrificar mais uma fachada neste quarteirão, o qual preserva ainda uma quantidade significativa de prédios do início do século XX, que com o seu ecletismo e diversidade, é bastante representativo do espírito moderno à época que presidiu ao Plano das Avenidas Novas.
As Avenidas Novas, destacam-se pela qualidade do seu plano urbano, inspirado nos boulevards parisienses, numa valorização do quarteirão, como soma de vários edifícios, em que cada um com maior ou menor valia de desenho individual formam um conjunto harmonioso e coerente, coevo. A preservação das fachadas, independentemente da sua simplicidade, é fundamental para a imagem do conjunto e temos disso excelentes exemplos neste quarteirão que é limitado pela Avenida Elias Garcia, a Avenida da Républica, a Avenida 5 de Outubro e a Avenida Visconde Valmor. Não defendemos o fachadismo como princípio orientador da intervenção urbanística indiscriminada, mas no caso presente, é essencial preservar a fachada, em nome do conjunto.
Apesar do incêndio de 3 de junho, ambas as fachadas do edifício, frente e tardoz, permanecem vertical e solidamente erectas, não há qualquer limitação ao trânsito pedonal no passeio, e a fachada de rua não apresenta fissuras, inclinações, ou qualquer outro sinal de risco de colapso ou ruína, permanece íntegra.
Vimos pedir a V. Exas. que reconsiderem o anúncio feito de demolição integral do edifício, e que obriguem o novo projecto a integrar a sua fachada simples e quase minimal, característica dos prédios dos chamados tomarenses do dealbar do século XX, à imagem de outros exemplos de renovação nos quarteirões ao lado.
Em nome de um Património vivo das Avenidas Novas e que pertence aos cidadãos de Lisboa.
Cordialmente
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso e Pedro Jordão e Rosa Casimiro (pela Direcção) e Sofia Abrantes e António Marques
SOS Geo-monumento da Rua Virgílio Correia em São Domingos de Benfica (04.07.2025)
Exma. Senhora Ministra do Ambiente
Prof. Maria Graça Carvalho
C.C. PCML, AML, Vereadora do Urbanismo e media
Serve o presente para solicitarmos a V. Exa., Senhora Ministra, se está ao corrente projecto urbanístico (proc.15/URB/2019) que está neste momento a ser concretizado em cima do Geo-monumento da Rua Virgílio Correia/Rua Tomás Aquino, em São Domingos de Benfica e que, ao que tudo indica, irá esquartejar aquele importante monumento do Miocénico Inferior, que, inclusivamente, está “protegido” legalmente em sede do Plano Director Municipal de Lisboa (artigo 26º e 34º).
Contudo, aquilo que era uma promessa da CML, em 2019 (ofício em anexo), de que o geo-monumento seria inatacável, verifica-se hoje que não estará a ser cumprido, dada a vedação que circunda o geo-monumento e a presença de maquinaria pesada, e dada a não resposta da CML ao nosso pedido de esclarecimentos de Março deste ano (https://cidadanialx.org/portfolio/geomonumento-da-r-virgilio-correia-vs-loteamento-15-urb-2019-pedido-de-esclarecimentos-a-cml-17-03-2025/).
Pedimos a V. Exa. que, com carácter de urgência, interceda junto da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de garantir que este importante monumento natural não sofra nenhum dano decorrente da urbanização em construção.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
A Direcção
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão e Rosa Casimiro
…
Resposta da CML (31.07.2025)
«Exmos. Senhores,
Apesar da presença temporária de um tapume de obra na área de proteção do geomonumento (perímetro de 10 metros), não está prevista, naturalmente, qualquer intervenção no geomonumento.
Os elementos de fixação do tapume são superficiais e espaçados entre si (1 a 2 metros), pelo que não comprometem a preservação e integridade do geomonumento.
A obra em curso está a ser acompanhada pelas equipas técnicas da Câmara Municipal de Lisboa, incluindo técnicos especialistas em Geologia.
Ficamos disponíveis para prestar esclarecimentos complementares que V. Exas. considerem necessários.
Com os melhores cumprimentos,
Henrique Galado
Coordenador
Gabinete da Vereadora Joana Almeida»
Obras da SRU Lx Ocidental no nº 8-13 da Praça do Município – pedido de esclarecimentos à CML (12.05.2025)
Exma. Senhora Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. PCML e AML
Vimos pelo presente solicitar a V. Exa. esclarecimentos sobre as conclusões do relatório preliminar dos trabalhos arqueológicos da empreitada que decorrem na Praça do Município, da Empreitada de Reabilitação do Edifício Municipal sito na Praça do Município nº 8-13, cujo Dono de Obra é a CML e cuja supervisão é da SRU Ocidental.
Atendendo aos resultados expectáveis neste sítio de grande sensibilidade patrimonial, gostaríamos de saber se foram encontrados troços do paredão quinhentista de contenção da encosta de S. Francisco da Cidade, em pedra aparelhada, assim como estruturas pertencentes ao Paço Real de Dom Manuel.
Gostaríamos igualmente de saber se os mesmos serão integrados no projeto e passíveis de serem visitados, ou de alguma forma usufruídos pelo pelos cidadãos, uma vez que temos consciência que a revelação deste património será um ganho extraordinário para a oferta patrimonial da cidade e dos seus visitantes.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero