Urbanismo

Lisboa 2025 – manifesto “check-list” aos quatro candidatos a Presidente da CML (10.09.2025) 1013 1024 Fórum Cidadania Lx

Lisboa 2025 – manifesto “check-list” aos quatro candidatos a Presidente da CML (10.09.2025)

Exmos. Senhores
Candidatos à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa
Dra. Alexandra Leitão
Dr. Bruno Mascarenhas
Eng. Carlos Moedas
Dr. João Ferreira
A um mês das eleições autárquicas de 2025, e porque esta associação o tem vindo a fazer de todas as vezes em que há eleições para a CML, queremos saber o que pensa e planeia fazer, ou não, sobre alguns temas a nosso ver candentes, quem pretende governar Lisboa até ao final da presente década.
Não querendo fustigar V. Exas. com ideias que possam ser consideradas peregrinas ou com realidades ou bons exemplos de outras cidades e capitais europeias, em matérias como, por exemplo, mobilidade sustentável ou recuperação e reabilitação de património, junto temos o prazer de vos enviar um manifesto-questionário, na esperança de obtermos de cada um de vós respostas directas sobre vários assuntos muitos deles problemas crónicos na nossa cidade, que julgamos serem do interesse da esmagadora maioria da população residente em Lisboa mas também de quem a visita e nela trabalha em Lisboa.
Na expectativa, e colocando-nos uma vez mais à vossa disposição para, enquanto associação de defesa da qualidade de vida na cidade de Lisboa, contribuirmos para que todos possamos ter uma Lisboa melhor nos próximos quatro anos, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.
A Direcção
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão e Rosa Casimiro

Pedido de chumbo de construção nova dissonante na Calçadinha do Tijolo, em Alfama (31.07.2025) 888 888 Fórum Cidadania Lx

Pedido de chumbo de construção nova dissonante na Calçadinha do Tijolo, em Alfama (31.07.2025)

Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. PCML, AML, PC-IP e media
Tomámos conhecimento de um projecto de construção de um edifício para a Calçadinha do Tijolo, letra A (48-A), em pleno coração de Alfama, que está em apreciação nos serviços que V. Exa. tutela.
Trata-se de um projecto da autoria do atelier Emmanuel Vieira Novo, Arquitectos, que prevê a construção de uma “moradia” com 3 pisos e garagem, que a ser aprovado pela CML representará não só um precedente grave em termos de reabilitação do centro de Alfama, ao introduzir uma estética total e assumidamente dissonante da restante malha urbana onde se insere, repetimos, o coração de Alfama, como um sério revés na promessa que V. Exa. nos fez no início do seu mandato, de que a CML não aprovaria mais projectos dissonantes como o que os seus antecessores aprovaram para a Costa do Castelo, vide “moradia” de Bak Gordon, para bairros históricos como Alfama.
Pelo exposto, solicitamos a V. Exa. a não aprovação deste projecto, ao abrigo das disposições dos regulamentos do Plano Director Municipal e do Plano de Urbanização de Alfama e da Colina do Castelo, e, obviamente, do que nos foi prometido em Março de 2022, aquando do nosso passeio pela Costa do Castelo e Alfama.
Mais propomos à CML que fundamente e submeta ao Património Cultural, IP, a classificação de Alfama como Conjunto de Interesse Público e a subsequente publicação de um manual de orientações dirigidos aos proprietários e aos arquitectos que queiram intervir no bairro.
Cordialmente 
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso e Pedro Jordão
Pela preservação da fachada principal do prédio n.91 da Avenida Elias Garcia (30.07.2025) 1010 1024 Fórum Cidadania Lx

Pela preservação da fachada principal do prédio n.91 da Avenida Elias Garcia (30.07.2025)

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. AML
No passado dia 3 de junho, houve um incêndio num edifício localizado na Av. Elias Garcia n.º 91, que foi construído no âmbito do Plano de Urbanização de Ressano Garcia, no início do séc. XX.
Sobretudo nos anos 80 e 90 fomos assistindo a uma descaracterização voraz desse mesmo urbanismo. Foram demolidos edifícios de uma riqueza arquitectónica e artística extraordinárias, para dar lugar a edifícios frios e, na maior parte dos casos, sem qualquer interesse artístico, ou mesmo arquitectónico.
Perante este infeliz incidente, a CML está a intimar os proprietários deste imóvel com vista à sua demolição TOTAL, incluindo a fachada, colocando em causa todo o conjunto arquitectónico primitivo, que ainda resistiu, e deixando um edifício primitivo (o n.º 89) esmagado por 2 construções modernas dissonantes com o restante edificado.
Em 2025, pede-se à CML uma visão crítica na preservação patrimonial, a Lisboa que atrai o turismo qualificado é a Lisboa que preserva a sua identidade histórica e renova o edificado, não se compreendendo que num bairro histórico da cidade, a primeira opção ainda continue a ser a Demolição, e não a Reabilitação ou Renovação.
Não é necessário sacrificar mais uma fachada neste quarteirão, o qual preserva ainda uma quantidade significativa de prédios do início do século XX, que com o seu ecletismo e diversidade, é bastante representativo do espírito moderno à época que presidiu ao Plano das Avenidas Novas.
As Avenidas Novas, destacam-se pela qualidade do seu plano urbano, inspirado nos boulevards parisienses, numa valorização do quarteirão, como soma de vários edifícios, em que cada um com maior ou menor valia de desenho individual formam um conjunto harmonioso e coerente, coevo. A preservação das fachadas, independentemente da sua simplicidade, é fundamental para a imagem do conjunto e temos disso excelentes exemplos neste quarteirão que é limitado pela Avenida Elias Garcia, a Avenida da Républica, a Avenida 5 de Outubro e a Avenida Visconde Valmor. Não defendemos o fachadismo como princípio orientador da intervenção urbanística indiscriminada, mas no caso presente, é essencial preservar a fachada, em nome do conjunto. 
Apesar do incêndio de 3 de junho, ambas as fachadas do edifício, frente e tardoz, permanecem vertical e solidamente erectas, não há qualquer limitação ao trânsito pedonal no passeio, e a fachada de rua não apresenta fissuras, inclinações, ou qualquer outro sinal de risco de colapso ou ruína, permanece íntegra.
Vimos pedir a V. Exas. que reconsiderem o anúncio feito de demolição integral do edifício, e que obriguem o novo projecto a integrar a sua fachada simples e quase minimal, característica dos prédios dos chamados tomarenses do dealbar do século XX, à imagem de outros exemplos de renovação nos quarteirões ao lado.
Em nome de um Património vivo das Avenidas Novas e que pertence aos cidadãos de Lisboa.
Cordialmente
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso e Pedro Jordão e Rosa Casimiro (pela Direcção) e Sofia Abrantes e António Marques
Balanço do consulado Moedas, parte II (24.07.2025) 1024 1024 Fórum Cidadania Lx

Balanço do consulado Moedas, parte II (24.07.2025)

SOS Geo-monumento da Rua Virgílio Correia em São Domingos de Benfica (04.07.2025) 1024 768 Fórum Cidadania Lx

SOS Geo-monumento da Rua Virgílio Correia em São Domingos de Benfica (04.07.2025)

Exma. Senhora Ministra do Ambiente
Prof. Maria Graça Carvalho
C.C. PCML, AML, Vereadora do Urbanismo e media
Serve o presente para solicitarmos a V. Exa., Senhora Ministra, se está ao corrente projecto urbanístico (proc.15/URB/2019) que está neste momento a ser concretizado em cima do Geo-monumento da Rua Virgílio Correia/Rua Tomás Aquino, em São Domingos de Benfica e que, ao que tudo indica, irá esquartejar aquele importante monumento do Miocénico Inferior, que, inclusivamente, está “protegido” legalmente em sede do Plano Director Municipal de Lisboa (artigo 26º e 34º).
Contudo, aquilo que era uma promessa da CML, em 2019 (ofício em anexo), de que o geo-monumento seria inatacável, verifica-se hoje que não estará a ser cumprido, dada a vedação que circunda o geo-monumento e a presença de maquinaria pesada, e dada a não resposta da CML ao nosso pedido de esclarecimentos de Março deste ano (https://cidadanialx.org/portfolio/geomonumento-da-r-virgilio-correia-vs-loteamento-15-urb-2019-pedido-de-esclarecimentos-a-cml-17-03-2025/).
Pedimos a V. Exa. que, com carácter de urgência, interceda junto da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de garantir que este importante monumento natural não sofra nenhum dano decorrente da urbanização em construção.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
A Direcção
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão e Rosa Casimiro

Resposta da CML (31.07.2025)

«Exmos. Senhores,
Apesar da presença temporária de um tapume de obra na área de proteção do geomonumento (perímetro de 10 metros), não está prevista, naturalmente, qualquer intervenção no geomonumento.
Os elementos de fixação do tapume são superficiais e espaçados entre si (1 a 2 metros), pelo que não comprometem a preservação e integridade do geomonumento.
A obra em curso está a ser acompanhada pelas equipas técnicas da Câmara Municipal de Lisboa, incluindo técnicos especialistas em Geologia.
Ficamos disponíveis para prestar esclarecimentos complementares que V. Exas. considerem necessários.
Com os melhores cumprimentos,
Henrique Galado
Coordenador
Gabinete da Vereadora Joana Almeida»
Obras da SRU Lx Ocidental no nº 8-13 da Praça do Município – pedido de esclarecimentos à CML (12.05.2025) 1024 461 Fórum Cidadania Lx

Obras da SRU Lx Ocidental no nº 8-13 da Praça do Município – pedido de esclarecimentos à CML (12.05.2025)

Exma. Senhora Vereadora do Urbanismo

Engª Joana Almeida

C.C. PCML e AML

Vimos pelo presente solicitar a V. Exa. esclarecimentos sobre as conclusões do relatório preliminar dos trabalhos arqueológicos da empreitada que decorrem na Praça do Município, da Empreitada de Reabilitação do Edifício Municipal sito na Praça do Município nº 8-13, cujo Dono de Obra é a CML e cuja supervisão é da SRU Ocidental.

Atendendo aos resultados expectáveis neste sítio de grande sensibilidade patrimonial, gostaríamos de saber se foram encontrados troços do paredão quinhentista de contenção da encosta de S. Francisco da Cidade, em pedra aparelhada, assim como estruturas pertencentes ao Paço Real de Dom Manuel.

Gostaríamos igualmente de saber se os mesmos serão integrados no projeto e passíveis de serem visitados, ou de alguma forma usufruídos pelo pelos cidadãos, uma vez que temos consciência que a revelação deste património será um ganho extraordinário para a oferta patrimonial da cidade e dos seus visitantes.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

 

Paulo Ferrero

Protesto pelas obras sem critérios patrimoniais no imóvel municipal do Largo do Menino Deus 3-4 (08.05.2025) 1013 1024 Fórum Cidadania Lx

Protesto pelas obras sem critérios patrimoniais no imóvel municipal do Largo do Menino Deus 3-4 (08.05.2025)

Exma. Senhora Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. PCML, AML, Património Cultural, IP e media
Vimos protestar pela forma como a CML está a levar a cabo as tão aguardadas obras de conservação no seu imóvel sito no Largo do Menino Deus, nºs 3 e 4.
De facto, é verdadeiramente chocante – e após quase 2 décadas de um dos fogos ter estado devoluto – verificarmos que as obras não estão a respeitar as mais elementares regras de conservação em contexto urbano histórico como é claramente o caso:
1-O imóvel é considerado uma verdadeira relíquia da Lisboa pré-terramoto de 1755 juntamente com outro, também municipal, ali bem perto na Rua dos Cegos, nº 20-22
2-Está registado na Carta Municipal do Património, anexa ao PDM em vigor.
3-Está inserido na Zona Especial de Protecção de dois Monumentos Nacionais: Igreja do Menino Deus e Castelo de S. Jorge
Não se compreende, portanto, como é que a própria CML leva a cabo uma intervenção que em vez de seguir os critérios internacionais de conservação e restauro para bairros históricos, e em imóveis com protecção legal enquanto bens culturais raros, faz uma obra que tem todas as marcas de “obra nova” como é o uso de cimento nas argamassas, “pladur” em tectos ou ainda o chocante facto de se terem arrancado as portadas/caixilharias do séc. XVIII (ou anteriores) de 3 vãos de janela (2 deles de sacada). Estas portadas, em madeira maciça, com todas as suas ferragens em ferro de época, foram colocadas por ordem da CML no contentor de entulhos para vazadouro. 
Escusado será dizer que estas portadas antigas fazem parte integrante do imóvel, acrescentam valor ao bem cultural e são perfeitamente recuperáveis. Mas em vez de seguir as boas práticas de conservação, a CML escolheu deitar ao lixo e substituir por janelas novas em PVC ou alumínio lacado (como aliás já foram instaladas no outro fogo, no piso superior).
Este é um imóvel icónico da cidade histórica, único, irrepetível, representado muitas vezes por pintores e fotógrafos bem conhecidos.
A CML tem a obrigação de cuidar dele com o devido respeito e não atentar contra ele – como se tratasse de um simples prédio municipal anónimo, vulgar.
O que observamos é um retrocesso preocupante nos padrões de reabilitação da cidade histórica – estamos a anos-luz do que a CML fazia ao tempo das Unidades de Projecto de Alfama e Castelo. 
Por todos os bairros históricos, sejam imóveis particulares ou municipais, se observa uma gritante falta daqueles critérios que salvaguardam o património arquitetónico para as futuras gerações.
Obras de iniciativa municipal, ou até de Juntas de Freguesia, recorrem a massas cimentícias, substituem portas e janelas de madeira por novas de desenho pobre e materiais inadequados. Em resumo, um conjunto de alterações avulsas que desrespeitam a identidade patrimonial de bairros como Alfama, Castelo ou Mouraria.
É cada vez mais uma cidade de PVC, alumínio lacado, pladur e rebocos de cimento. Nesta matéria Lisboa está a afastar-se dos padrões da UE, das cartas internacionais de que Portugal é país signatário há décadas. 
Face à gravidade da falta de critérios adequados ao bem cultural em causa, solicitamos que esclareça os cidadãos sobre esta operação urbanística em curso e se dará ordem imediata para se recuperarem as caixilharias e portadas com postigos do século XVIII, retirando-as do lixo.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Maria Teresa Goulão, Helena Espvall, Nuno Caiado, Ana Alves de Sousa, Carlos Boavida, Miguel Atanásio Carvalho, Beatriz Empis, Jorge Pinto, Rui Martins, Maria Ramalho

Convento da Graça em estado vergonhoso – apelo ao Governo para o resgatar do programa Revive (08.05.2025) 1020 1024 Fórum Cidadania Lx

Convento da Graça em estado vergonhoso – apelo ao Governo para o resgatar do programa Revive (08.05.2025)

Exmo. Sr. Ministro da Economia
Dr. Pedro Reis,
Exmo. Sr. Secretário do Turismo
Dr. Pedro Machado
C.C. PM, MC, CML, AML, PC-IP, Programa Revive e media
Como é o do conhecimento de V. Exas., o Convento da Graça (Monumento Nacional desde 1910), em Lisboa, foi concessionado pelo Estado ao grupo AZIRIVER (hotéis SANA), em Dezembro de 2019, ao abrigo do Programa REVIVE e por um prazo de 50 anos, com o objectivo de ali nascer um hotel.
Hoje, passados que estão quase seis anos sobre a referida concessão, as zonas do antigo convento-quartel objecto da concessão continuam ao abandono e a degradar-se de forma assustadora, assumindo contornos de crime de lesa-património (exemplos: o designado “segundo claustro” foi despojado do seu património azulejar e encontra-se em péssimo estado; o edifício revivalista do quartel, com entrada pelo Largo da Graça, encontra-se como as fotos em anexo documentam).
A situação é intolerável e indigna de uma capital europeia.
Além de que, tratando-se de uma zona de enorme procura turística, é uma péssima imagem que é transmitida a quem nos visita.
Julgamos que estão reunidas as condições para que o Governo de Portugal, à semelhança do que foi feito noutras concessões de péssima memória, revogue a concessão feita do Convento da Graça, pelo que apelamos a V. Exas. para que procedam a essa revogação.
E aproveitem a oportunidade para rever o pensamento estratégico quanto ao futuro do património histórico de que o Estado ainda é proprietário, por forma a que conjuntos monumentais como o em apreço sejam recuperados para um uso mais digno e consentâneo com as carências do país e consensual junto da população, e não, como até aqui, optando pela solução mais fácil e óbvia: sua exploração hoteleira.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Miguel Atanásio Carvalho, Rui Pedro Martins, Nuno Caiado, António Araújo, Ana Alves de Sousa, João Batista, Helena Espvall, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Manuela Correia, João Teixeira, Jorge Pinto, Pedro Jordão, José Maria Amador, Filipe de Portugal, Maria Ramalho
Loteamento “Bairro da Foz”, junto ao Convento de S. José Ribamar, Algés- contributo para a discussão pública (22.04.2025) 1019 1024 Fórum Cidadania Lx

Loteamento “Bairro da Foz”, junto ao Convento de S. José Ribamar, Algés- contributo para a discussão pública (22.04.2025)

À Câmara Municipal de Oeiras

Exmos. Senhores
Nos termos do Aviso de 1 de Abril de 2025 sobre o Pedido de Informação Prévia de Loteamento com a referência R4042/2021 ap. 9/2020, loteamento designado por “Bairro da Foz”, requerido pela imobiliária RAR e com concepção do atelier do arq. Gonçalo Byrne, serve o presente para enviarmos à consideração das Câmara Municipal de Oeiras os nossos comentários ao PIP e um pedido de esclarecimentos sobre a documentação colocada em discussão pública (https://www.oeiras.pt/-/pedido-informacao-previa-loteamento-bairro-da-foz).
Sendo o Fórum Cidadania Lx uma associação que “tem como objecto a promoção e a defesa da qualidade de vida, ambiente, urbanismo, cultura, tempos livres e património material e imaterial na área geográfica correspondente ao Distrito de Lisboa, e em defesa do património edificado, espaço público e património arbóreo respectivos” (artigo 2º dos estatutos https://cidadanialx.org/estatutos), temos a considerar o seguinte:
1.Comentários
1.1. Parece-nos errado que em pleno século XXI, a CM Oeiras se permita aprovar a construção de 5 blocos de apartamentos num conjunto de lotes onde a esmagadora maioria do solo é permeável e arborizado e onde existem apenas três vivendas (foto 1), que serão demolidas para a construção dos referidos blocos (foto 2), os quais, na prática, correspondem a 17 prédios (!) com 4 pisos cada (r/c, 1º, 2º e 3º andares), com cerca de 6.700mem caves para estacionamento! A nosso ver, trata-se de Urbanismo dos anos 60 a 80 do século XX!
1.2. Parece-nos igualmente errado que tal PIP se traduza na demolição de três moradias unifamiliares e exemplos raros da arquitectura e da génese urbanística de Algés-Dafundo, sendo uma delas comprovadamente histórica – a Vivenda Teresa Graça (foto 3), em cujo terreno ainda subsistem um poço de um moinho (foto 4) da antiga Quinta de São José de Ribamar.
1.3. Não cremos, portanto, que este PIP se coadune com os pergaminhos culturais a que a autarquia de Oeiras almeja e que foram o pressuposto da candidatura ao estatuto de Capital Europeia da Cultura 2027, que embora não tenha sido alcançado será certamente almejado em próxima ocasião.
1.4. Por último, lamentamos que este PIP pareça apenas uma forma de financiamento da ponte pedonal – como é descrito na memória descritiva colocada no vosso site acima referido – que a autarquia pretende construir sobre a Marginal, unindo precisamente esta encosta com o passeio marítimo; obra aliás já em execução antes mesmo do PIP ser formalmente aprovado.
2.Pedido de esclarecimentos
2.1. Gostaríamos de saber se existem relatórios técnicos de estruturas e solos que validem este PIP quanto ao impacto que, dada a topografia da encosta, uma eventual movimentação de terras que possa implicar abatimentos nos edifícios de elevado valor patrimonial e histórico que são o antigo Convento de São José de Ribamar e Palácio Foz.
2.2. Gostaríamos de saber se existem relatórios sobre o impacte deste PIP no sistema de vistas/leitura da encosta que se alcança desde a Marginal e do passeio marítimo de Algés para os edifícios do antigo convento.
2.3. Gostaríamos ainda de saber se está prevista a manutenção de mais algum exemplar arbóreo de grande porte, para lá do óbvio dragoeiro, protegido por lei, e mencionado na memória descritiva, e se assim não for qual a razão para não serem mantidas mais árvores.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Raquel Henriques da Silva, Helena Espvall, Carlos Boavida, António Araújo, Jorge Oliveira, Beatriz Empis, Jorge Pinto, Fernando Jorge

Pergunta à CML: qual o futuro do edifício do n. 55 da Av. Praia da Vitória? (10.04.2025) 1024 768 Fórum Cidadania Lx

Pergunta à CML: qual o futuro do edifício do n. 55 da Av. Praia da Vitória? (10.04.2025)

Exmª Senhora Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. PCML e AML
Serve o presente para solicitarmos a V. Exa. que nos esclareça quanto ao que pretende a CML fazer de modo a garantir a reabilitação do magnífico edifício de gaveto da Avenida Praia da Vitória, nº 47-55 e Praça Duque de Saldanha, nº 11, datado de 1919 e que se encontra abandonado há vários anos, mas em bom estado de conservação.
Como é do conhecimento de V. Exa., trata-se de um notável edifício da arquitectura de transição, entre os séculos XIX e XX, e por isso está inventariado pela Carta Municipal do Património (item 44.09 Edifício de habitação plurifamiliar / Av. Praia da Vitória, 49-67; Praça Duque de Saldanha, 11-11C).
Trata-se igualmente de um edifício marcante da Praça Duque de Saldanha, uma praça que se encontra, e bem, em estudo para classificação pela Câmara Municipal de Lisboa.
É por isso incompreensível que a Câmara Municipal de Lisboa permita a sua degradação e, não a travando, o seu desaparecimento a médio-prazo, como tem sucedido a um sem-número de outros edifícios de uma “Lisboa-entre-séculos”, de que a triste demolição integral do edifício do número 37 da Avenida dos Defensores de Chaves é o caso mais recente.
Solicitamos, ainda, informação se é vontade da Câmara Municipal de Lisboa iniciar no próximo mandato, finalmente, uma estratégia de reabilitação urbana direccionada especificamente para os edifícios desta época construtiva, um património arquitectónico que foi particularmente rico em Lisboa, mas que tem vindo a ser desbaratado nas últimas décadas.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Jordão, Rui Pedro Barbosa, Nuno Caiado, Rui Martins, Carlos Boavida, Beatriz Empis, Jorge Oliveira, Helena Espvall, Miguel Atanásio Carvalho, António Araújo, José Maria Amador, Jorge Pinto, Filipe Teixeira, Raquel Henriques da Silva, Fátima Castanheira, Maria Ramalho