Património

Fissuras no edifício do Museu Militar – alerta e pedido de esclarecimentos à CML e PC-IP (11.09.2025) 1024 996 Fórum Cidadania Lx

Fissuras no edifício do Museu Militar – alerta e pedido de esclarecimentos à CML e PC-IP (11.09.2025)

Exmos. Senhores
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Eng. Carlos Moedas,
Presidente do Conselho Directivo do Património Cultural, IP
Dr. João Soalheiro
C.C. AML, Museu Militar e media
Vimos por este meio dar conta a V. Exas. e solicitar esclarecimentos sobre o estado actual das fissuras existentes na fachada do edifício do Museu Militar de Lisboa, edifício classificado como Imóvel de Interesse Público, as quais, embora já visíveis em 2009, nos parecem agora maiores, numa altura em que decorrem as obras do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (túnel Campolide – Santa Apolónia) junto àquele museu.
O Museu Militar de Lisboa constitui um património histórico e cultural de relevância nacional, pelo que o aparente agravar destas fissuras levanta sérias preocupações sobre a integridade estrutural do edifício. Face a esta situação, solicitamos esclarecimentos sobre:
  1. Tinham as entidades responsáveis pelo património cultural e pela fiscalização das obras conhecimento dos riscos que o projeto em curso pode representar para o edifício? Foram realizadas avaliações de impacto antes do início das obras?
  2. Que ações foram implementadas para proteger o Museu Militar de eventuais danos, considerando a sua classificação como Imóvel de Interesse Público?
  3. Que medidas estão a ser adoptadas neste momento para mitigar os danos já observados no exterior e assegurar a segurança do edifício? Existe um plano de intervenção de emergência?
  4. Quais os mecanismos de inspeção contínua aplicados durante a execução das obras, e quais as entidades responsáveis pela respectiva supervisão?
  5. Quem são as entidades responsáveis pelo acompanhamento do impacto das obras, e de que forma a comunidade e os cidadãos podem ter acesso às informações sobre as medidas adoptadas?
Considerando o valor patrimonial do Museu Militar de Lisboa e as fissuras acima apontadas, e sendo que desconhecemos o actual estado de conservação no interior do museu, apelamos a uma resposta urgente e detalhada, de forma a garantir que medidas eficazes estão a ser implementadas para preservar este importante património histórico e cultural da cidade de Lisboa.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Diogo Baptista, Nuno Caiado, Helena Espvall, Fátima Castanheira, Paula Cristina Peralta, Beatriz Empis, Jorge Pinto, Rui Pedro Martins

Resposta da CML (15.10.2025):

«EDIFÍCIO MUSEU MILITAR DE LISBOA – SANTA APOLÓNIA

RESUMO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO OBSERVADO ANTES DAS OBRAS PGDL (2022) E SITUAÇÃO ATUAL (2025)
1. ENQUADRAMENTO
Foi solicitada a esta Equipa de Projeto do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (EPPGDL) uma análise sucinta do estado de conservação do Museu Militar de Lisboa (MML), localizado em Santa Apolónia, através de comparação do observado antes da execução das obras do PGDL nesta zona (que se iniciaram em 2022) e a situação atual (2025).
2. LOCALIZAÇÃO
O edifício do Museu Militar encontra-se situado nas proximidades da obra de saída da tuneladora, numa zona onde o traçado do Túnel Monsanto Santa Apolónia é executado em vala sustida com contenção periférica resistente (estacas, escoras e ancoragens).
Imagem 1 – planta com localização do museu militar e implantação do traçado PGDL

Imagem 2 – Fotografia com a vala e escoras, com o museu militar localizado à direita
3. SITUAÇÃO OBSERVADA EM 2022, ANTES DAS OBRAS PGDL
No âmbito do concurso público internacional da empreitada do PGDL, previu-se que a fase de preparação da obra contemplasse a realização de vistorias a todos os edifícios situados nas proximidades do traçado dos túneis. Deste modo, o edifício do MML foi objeto de vistoria para levantamento detalhado, numa primeira fase até cerca de 30m do desenvolvimento da obra do TMSA e, numa segunda fase, englobando o interior e exterior da fachada sul do edifício,
completando o conjunto.
Nesses levantamentos foram identificadas patologias já existentes antes do início da obra, que foram monitorizadas, através da colocação de fissurómetros (de leitura manual), e automáticos (com leitura remota), nas zonas onde se observaram fendas mais evidentes em alvenarias e tetos. A monitorização é realizada periodicamente pelo construtor, e distribuída pelos demais intervenientes (fiscalização, dono de obra).
Uma situação evidente que foi observada logo em 2022, antes da obra, prende-se com as fissuras já existentes no topo superior junto ao canto e a uma janela do edifício, virada para o rio.
Imagem 3 – Fotografia com as fissuras junto à janela, antes das obras
4. SITUAÇÃO ATUAL, APÓS A EXECUÇÃO DA VALA LATERAL AO EDIFÍCIO (OUT.2025)
Durante a execução das obras e todo o tempo decorrido entre 2022 e 2025 foi realizada a monitorização periódica com leituras da instrumentação instalada e inspeção visual. Nos levantamentos e medições que foram realizados, durante e depois da obra, no Largo do Museu de Artilharia, verifica-se estabilidade das leituras, conforme conclusão dos dados recolhidos (ver imagens em baixo).
Imagem 4 – Fotografia com as leituras dos fissurómetros automáticos
Imagem 5 – Fotografia com as leituras dos fissurómetros manuais
Deste modo, não se verificaram desenvolvimentos nem há evidências de evolução da situação que possa ser atribuída a qualquer operação relacionada com a obra, isto é, não se reconhece qualquer causa-efeito relativamente às obras do PGDL.
Imagem 6 – Fotografia com as fissuras junto à janela, instrumentadas e atuais
5. RESPOSTA SUCINTA A QUESTÕES LEVANTADAS PELO FORUM CIDADANIA
Em setembro último, o Forum Cidadania de Lisboa dirigiu uma comunicação à CML, solicitando esclarecimentos sobre o estado do edifício Museu Militar de Lisboa, “…numa altura em que decorrem as obras do Plano Geral de Drenagem de Lisboa… junto àquele museu”.
Importa, pois, esclarecer devidamente, ainda que de forma sucinta, a situação atual observada e o seu enquadramento histórico:
Q1. Tinham as entidades responsáveis pelo património cultural e pela fiscalização das obras conhecimento dos riscos que o projeto em curso pode representar para o edifício? Foram realizadas avaliações de impacto antes do início das obras?
R1. Foi realizado um Estudo de Impacto Ambiental previamente ao lançamento do concurso, devidamente aprovado, que incluiu o património cultural edificado (e o edifício MML naturalmente); A fiscalização da obra tem conhecimento de todos os estudos realizados e acompanhou as vistorias prévias à obra (ver ponto 3. acima); O projeto de execução contemplou análises de avaliação do risco de danos em edifícios adjacentes, incluindo o MML, que determinou a existência de risco negligenciável (menor que 2 na escala de Burland).
Q2. Que ações foram implementadas para proteger o Museu Militar de eventuais danos, considerando a sua classificação como Imóvel de Interesse Público?
R2. O projeto previu contenção robusta, e o edifício também foi vistoriado e monitorizado em permanência, estando as equipas de acompanhamento da obra preparadas para intervir no caso de ser necessário (ver ponto 4. acima).
Q3. Que medidas estão a ser adoptadas neste momento para mitigar os danos já observados no exterior e assegurar a segurança do edifício? Existe um plano de intervenção de emergência?
R3. A segurança está assegurada pelo acompanhamento direto e a monitorização e observação que estão a ser realizada, tanto pelo construtor como pela fiscalização. Não se confirmam evolução de danos devido às obras do PGDL.
Q4. Quais os mecanismos de inspeção contínua aplicados durante a execução das obras, e quais as entidades responsáveis pela respectiva supervisão?
R4. Ver ponto 4. acima.
Q5. Quem são as entidades responsáveis pelo acompanhamento do impacto das obras, e de que forma a comunidade e os cidadãos podem ter acesso às informações sobre as medidas adoptadas?
R5. O Construtor é o responsável pelo impacto dos trabalhos realizados, caso se venha a confirmar a necessária relação causa-efeito (que não se verifica no presente caso). Toda a informação disponibilizada encontra-se acessível ao público em geral através da página dedicada https://planodrenagem.lisboa.pt
6. PROXIMAS AÇÕES
Em todo este processo de preparação e acompanhamento da obra PGDL, a CML procurou acautelar todas as situações e mitigar os impactos da obra nas edificações envolventes. Também, através de um sistema automatizado de monitorização do património existente, o acompanhamento das estruturas existentes nas proximidades está a ser realizado. T al não impede que eventuais patologias pré-existentes (que existem) não devam ser tratadas pelas entidades que gerem o património, neste caso património histórico e cultural da cidade de Lisboa.
Neste caso, tendo em atenção a importância do património em causa e com sentido de responsabilidade, a CML, através da equipa EPPGDL, irá promover nova vistoria atualizada e alertar/sugerir ao MML que promova as obras necessárias à manutenção e recuperação do seu edifício.
Lisboa, 8 de outubro de 2025
Gonçalo Diniz                                        Vieira Manuel Saldanha
Eng. Civil, Adjunto da EPPGDL        Arquiteto da EPPPGDL»
Lisboa 2025 – manifesto “check-list” aos quatro candidatos a Presidente da CML (10.09.2025) 1013 1024 Fórum Cidadania Lx

Lisboa 2025 – manifesto “check-list” aos quatro candidatos a Presidente da CML (10.09.2025)

Exmos. Senhores
Candidatos à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa
Dra. Alexandra Leitão
Dr. Bruno Mascarenhas
Eng. Carlos Moedas
Dr. João Ferreira
A um mês das eleições autárquicas de 2025, e porque esta associação o tem vindo a fazer de todas as vezes em que há eleições para a CML, queremos saber o que pensa e planeia fazer, ou não, sobre alguns temas a nosso ver candentes, quem pretende governar Lisboa até ao final da presente década.
Não querendo fustigar V. Exas. com ideias que possam ser consideradas peregrinas ou com realidades ou bons exemplos de outras cidades e capitais europeias, em matérias como, por exemplo, mobilidade sustentável ou recuperação e reabilitação de património, junto temos o prazer de vos enviar um manifesto-questionário, na esperança de obtermos de cada um de vós respostas directas sobre vários assuntos muitos deles problemas crónicos na nossa cidade, que julgamos serem do interesse da esmagadora maioria da população residente em Lisboa mas também de quem a visita e nela trabalha em Lisboa.
Na expectativa, e colocando-nos uma vez mais à vossa disposição para, enquanto associação de defesa da qualidade de vida na cidade de Lisboa, contribuirmos para que todos possamos ter uma Lisboa melhor nos próximos quatro anos, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.
A Direcção
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão e Rosa Casimiro

Coroas de Louros do Parque Eduardo VII abandonadas desde 2023 em terreno junto ao cemitério de Carnide – novo protesto ao PCML (19.08.2025) 1024 1013 Fórum Cidadania Lx

Coroas de Louros do Parque Eduardo VII abandonadas desde 2023 em terreno junto ao cemitério de Carnide – novo protesto ao PCML (19.08.2025)

Exmo. Sr. Presidente da CML

Eng. Carlos Moedas

C.C. AML e media

 

Serve o presente para manifestarmos o nosso protesto veemente e a nossa indignação pelo chocante estado de abandono em que se encontram as coroas de louro​s que ​coroavam as colunas do alto do Parque Eduardo VII, ​e que foram retiradas pela CML em 2023 com o propósito de ​se proceder ao seu restauro, segundo o que foi anunciado na altura pelo seu Vice-Presidente.

É a todos os títulos lamentável verificar​mos que as coroas de louro​s têm estado abandonadas em terreno junto ao cemitério de Carnide, conforme poderá V. Exa. constatar na foto 1, publicada há dias no Facebook/Grupo dos Vizinhos das Avenidas Novas.

Mais lamentável é o facto de a CML se ter apressado a cobri-las à pressa (disfarçando?) com lonas (fotos 2 e 3), certamente no seguimento da queixa que apresentámos em Junho à Provedoria de Justiça (https://cidadanialx.org/portfolio/coroas-de-louros-do-alto-do-parque-eduardo-vii-continuam-por-colocar-queixa-a-provedoria-de-justica-17-06-2025/).

Queremos saber o que pensa o Presidente da CML acerca desta situação e se é assim que a CML preserva e recupera o seu Património, no caso ao arrepio do que havia prometido em 2023: recuperar as coroas de louros e recolocá-las no cimo das colunas monumentais do Parque Eduardo VII?

Quando é que as coroas de louros voltam ao Parque Eduardo VII?

Com os melhores cumprimentos

 

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Rosa Casimiro, Nuno Caiado, Filipe de Portugal, Beatriz Empis, João Batista, Maria Ramalho, Jorge Pinto

Protesto pela destruição da Rua dos Ferreiros a Santa Catarina (08.08.2025) 1013 1024 Fórum Cidadania Lx

Protesto pela destruição da Rua dos Ferreiros a Santa Catarina (08.08.2025)

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas
Exma. Sra. Presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia
Dra. Carla Madeira
É com espanto que constatámos há dias a destruição da Rua dos Ferreiros a Santa Catarina (ver foto), na sequência, aliás, do que já havia acontecido nas ruelas que ligam as ruas dos Poiais de S Bento à do Poço dos Negros.
Mais uma vez, se arrancam os centenários cubos de basalto, se impermeabiliza o piso e se está a aplicar sobre a cama de cimento lajes de pedra industrial.
A nosso ver, trata-se de uma degradação do perfil das ruas do centro histórico, desnecessária, injustificável e de contornos de negócio dúbios, não só porque as ruas não devem ser impermeabilizadas, como também porque o revestimento secular em cubos de basalto não deve ser substituído nunca.
Como se tal não bastasse, constata-se que se seguirá a eliminação dos passeios revestidos de cubos de calcário branco, o que é outro erro colossal pois os passeios não devem ser eliminados por mais estreitos que sejam. 
Apelamos a que haja bom senso da CML e dessa Junta de Freguesia!
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rosa Casimiro, Nuno Caiado, José Maria Amador, Helena Espvall, Jorge Oliveira, Gonçalo Cornélio da Silva, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Jorge Pinto
Pela preservação da fachada principal do prédio n.91 da Avenida Elias Garcia (30.07.2025) 1010 1024 Fórum Cidadania Lx

Pela preservação da fachada principal do prédio n.91 da Avenida Elias Garcia (30.07.2025)

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. AML
No passado dia 3 de junho, houve um incêndio num edifício localizado na Av. Elias Garcia n.º 91, que foi construído no âmbito do Plano de Urbanização de Ressano Garcia, no início do séc. XX.
Sobretudo nos anos 80 e 90 fomos assistindo a uma descaracterização voraz desse mesmo urbanismo. Foram demolidos edifícios de uma riqueza arquitectónica e artística extraordinárias, para dar lugar a edifícios frios e, na maior parte dos casos, sem qualquer interesse artístico, ou mesmo arquitectónico.
Perante este infeliz incidente, a CML está a intimar os proprietários deste imóvel com vista à sua demolição TOTAL, incluindo a fachada, colocando em causa todo o conjunto arquitectónico primitivo, que ainda resistiu, e deixando um edifício primitivo (o n.º 89) esmagado por 2 construções modernas dissonantes com o restante edificado.
Em 2025, pede-se à CML uma visão crítica na preservação patrimonial, a Lisboa que atrai o turismo qualificado é a Lisboa que preserva a sua identidade histórica e renova o edificado, não se compreendendo que num bairro histórico da cidade, a primeira opção ainda continue a ser a Demolição, e não a Reabilitação ou Renovação.
Não é necessário sacrificar mais uma fachada neste quarteirão, o qual preserva ainda uma quantidade significativa de prédios do início do século XX, que com o seu ecletismo e diversidade, é bastante representativo do espírito moderno à época que presidiu ao Plano das Avenidas Novas.
As Avenidas Novas, destacam-se pela qualidade do seu plano urbano, inspirado nos boulevards parisienses, numa valorização do quarteirão, como soma de vários edifícios, em que cada um com maior ou menor valia de desenho individual formam um conjunto harmonioso e coerente, coevo. A preservação das fachadas, independentemente da sua simplicidade, é fundamental para a imagem do conjunto e temos disso excelentes exemplos neste quarteirão que é limitado pela Avenida Elias Garcia, a Avenida da Républica, a Avenida 5 de Outubro e a Avenida Visconde Valmor. Não defendemos o fachadismo como princípio orientador da intervenção urbanística indiscriminada, mas no caso presente, é essencial preservar a fachada, em nome do conjunto. 
Apesar do incêndio de 3 de junho, ambas as fachadas do edifício, frente e tardoz, permanecem vertical e solidamente erectas, não há qualquer limitação ao trânsito pedonal no passeio, e a fachada de rua não apresenta fissuras, inclinações, ou qualquer outro sinal de risco de colapso ou ruína, permanece íntegra.
Vimos pedir a V. Exas. que reconsiderem o anúncio feito de demolição integral do edifício, e que obriguem o novo projecto a integrar a sua fachada simples e quase minimal, característica dos prédios dos chamados tomarenses do dealbar do século XX, à imagem de outros exemplos de renovação nos quarteirões ao lado.
Em nome de um Património vivo das Avenidas Novas e que pertence aos cidadãos de Lisboa.
Cordialmente
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso e Pedro Jordão e Rosa Casimiro (pela Direcção) e Sofia Abrantes e António Marques
SOS Geo-monumento da Rua Virgílio Correia em São Domingos de Benfica (04.07.2025) 1024 768 Fórum Cidadania Lx

SOS Geo-monumento da Rua Virgílio Correia em São Domingos de Benfica (04.07.2025)

Exma. Senhora Ministra do Ambiente
Prof. Maria Graça Carvalho
C.C. PCML, AML, Vereadora do Urbanismo e media
Serve o presente para solicitarmos a V. Exa., Senhora Ministra, se está ao corrente projecto urbanístico (proc.15/URB/2019) que está neste momento a ser concretizado em cima do Geo-monumento da Rua Virgílio Correia/Rua Tomás Aquino, em São Domingos de Benfica e que, ao que tudo indica, irá esquartejar aquele importante monumento do Miocénico Inferior, que, inclusivamente, está “protegido” legalmente em sede do Plano Director Municipal de Lisboa (artigo 26º e 34º).
Contudo, aquilo que era uma promessa da CML, em 2019 (ofício em anexo), de que o geo-monumento seria inatacável, verifica-se hoje que não estará a ser cumprido, dada a vedação que circunda o geo-monumento e a presença de maquinaria pesada, e dada a não resposta da CML ao nosso pedido de esclarecimentos de Março deste ano (https://cidadanialx.org/portfolio/geomonumento-da-r-virgilio-correia-vs-loteamento-15-urb-2019-pedido-de-esclarecimentos-a-cml-17-03-2025/).
Pedimos a V. Exa. que, com carácter de urgência, interceda junto da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de garantir que este importante monumento natural não sofra nenhum dano decorrente da urbanização em construção.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
A Direcção
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão e Rosa Casimiro

Resposta da CML (31.07.2025)

«Exmos. Senhores,
Apesar da presença temporária de um tapume de obra na área de proteção do geomonumento (perímetro de 10 metros), não está prevista, naturalmente, qualquer intervenção no geomonumento.
Os elementos de fixação do tapume são superficiais e espaçados entre si (1 a 2 metros), pelo que não comprometem a preservação e integridade do geomonumento.
A obra em curso está a ser acompanhada pelas equipas técnicas da Câmara Municipal de Lisboa, incluindo técnicos especialistas em Geologia.
Ficamos disponíveis para prestar esclarecimentos complementares que V. Exas. considerem necessários.
Com os melhores cumprimentos,
Henrique Galado
Coordenador
Gabinete da Vereadora Joana Almeida»
Castelo de S. Jorge: Rolagem de 50 árvores de enquadramento das muralhas (01.07.2025) 1024 768 Fórum Cidadania Lx

Castelo de S. Jorge: Rolagem de 50 árvores de enquadramento das muralhas (01.07.2025)

Exma. Sra. Directora do Castelo de S. Jorge
Dra. Teresa Mourão
CC: Presidente da EGEAC, Presidência da CML, AML, Património Cultural Instituto, CCDR-LVT, APAP-Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas, QUERCUS, LPN-Liga para a Protecção da Natureza
Em primeiro lugar, aceite as nossas felicitações pelo cargo que assumiu no final de 2024. 
A inexistência de um director no Castelo, por tão longo período de tempo, era algo que nos preocupava num monumento desta importância. Fazemos votos para que se inicie um novo ciclo de vida para o Castelo que enfrenta grandes e difíceis desafios.  
O motivo que nos leva a este primeiro contacto diz respeito, precisamente, a uma intervenção levada a cabo pela gestão interina do Castelo no início do verão de 2024. 
No dia 24 de Agosto de 2024 a Associação Lisboa Verde escreveu à gestão interina do Castelo uma reclamação, e pedido de explicações, pela mutilação de um conjunto de 50 árvores na envolvente Poente e Norte das muralhas. 
De facto, foi chocante a intervenção de “rolagem”* praticada pela EGEAC-Castelo sobre esta parte do arvoredo do Castelo de S. Jorge, verdadeiro pulmão verde na zona histórica mais antiga de Lisboa. 
Na mesma altura, em pleno verão, foram transplantadas 2 oliveiras que haviam sido plantadas a 23 de Novembro de 2009 pelo Arq. Ribeiro-Telles numa cerimónia comemorativa dos 50 anos do projecto dos jardins do Castelo de S. Jorge, de que Ribeiro-Telles é o autor, conjuntamente com o Eng. Pulido Garcia. 
A gestão interina do Castelo enviou, por email datado de 22 de Setembro, uma insatisfatória resposta já que não era acompanhada por qualquer justificação técnica ou prova documental de que os trabalhos executados tinham seguido todos os trâmites legais em vigor, nomeadamente o indispensável parecer e autorização do Pelouro dos Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa, assim como do parecer vinculativo da CCDR-LVT / Património Cultural IP. 
A direcção interina do Castelo declarou que todos os trabalhos haviam sido supervisionados por «técnicos especializados». E classificou a intervenção que mutilou as 50 árvores como simples «poda».
A Associação Lisboa Verde respondeu a 16 de Outubro solicitando os pareceres técnicos, idóneos (relatórios fitossanitários ou outros) que fundamentavam a “rolagem” das 50 árvores:
  1. «Podas»: não se aceita a intervenção nas árvores do Castelo como simples «poda» de manutenção conforme a classificam; basta consultar as normas do European Tree Prunning Standart – ETPS (disponível online: https://www.europeanarboriculturalstandards.eu/etps) para se perceber que a empreitada realizada nas 50 árvores do Castelo foi, claramente, uma “rolagem” o que constituiu um exemplo de más práticas em gestão de arvoredo, condenada pela ETPS mas também, naturalmente, pela Câmara Municipal de Lisboa e ICNF – Instituto da conservação da Natureza e das Florestas. Considerando a gravidade do sucedido, solicitamos que disponibilizem o “Relatório Técnico” – e o parecer de aprovação desta “rolagem” por parte da Direção Municipal do Ambiente, Estruturas Verdes, Clima e Energia. E queiram, por favor, informar igualmente quais as credenciais dos «técnicos especializados» (empresa privada?) que foram responsáveis por esta empreitada de “rolagem” de árvores ordenada pelo Castelo de São Jorge/EGEAC.
  2. «Transplante» das Oliveiras plantadas pelo Arq. Gonçalo Ribeiro Telles: na mesma carta de 16 de Outubro de 2024 foi solicitado ao Castelo de S. Jorge o “Relatório Técnico”, a que se faz referência no email recebido a 22 de Setembro, para se tomar conhecimento dos motivos que justificaram o transplante das referidas Oliveiras já que na resposta a direcção interina apenas se refere à nova localização como «local mais apropriado ao seu crescimento» faltando o justificativo técnico-científico para tal afirmação. 
Tendo o Fórum Cidadania Lx sido informado pela Associação Lisboa Verde que o Castelo de S. Jorge não deu qualquer resposta até à presente data, e passado que está 1 ano, solicitamos a V. Exa., Dra. Teresa Mourão, enquanto nova Directora do Castelo de S. Jorge, o seguinte:
  1. Que averigue cabalmente o que sucedeu e que apure responsabilidades, isto é, qual o funcionário (ou funcionários) que no âmbito da gestão interina de um Monumento Nacional deu ordens para uma empreitada de impacto tão negativo no arvoredo de enquadramento das muralhas Norte e Poente do Castelo em total desrespeito pela Lei Nº 59/2021 de 18 de Agostoque estabelece o Regime jurídico de gestão do arvoredo urbano.
  2. Que informe os cidadãos a razão de ainda não existir um “Plano de Gestão do Património Natural do Castelo de S. Jorge” apesar da EGEAC ter assumido a sua gestão desde 2003? É incompreensível que um monumento desta importância – que a EGEAC reconhece no seu website como sendo «um dos primeiros trabalhos de arquitectura paisagista feito em Portugal»[sic] não tenha ainda produzido, e implementado, um plano desta natureza. No website oficial há vários anos que se lê apenas a informação de que «está em desenvolvimento».
Face aos danos severos infligidos às 50 árvores, em espécies com valor botânico como são as Alfarrobeiras, será de bom senso e da mais elementar justiça, criar desde já um plano para reabilitar paisagisticamente a área de paisagem danificada, avaliando as árvores “roladas” sem viabilidade de recuperação, e criar um plano urgente de novas plantações.
Como vai ser compensada a significativa redução de m3 de copas, e consequente perda de biodiversidade associada, assim como da perda de sequestro de CO2?
Face à gravidade do sucedido no verão de 2024 neste Monumento Nacional, um conjunto patrimonial formado por estruturas construídas com milhares de anos, mas também por uma “paisagem” criada por um dos mais notáveis arquitectos paisagistas do mundo, não se nos afigura possível que a EGEAC-Castelo continue a assumir a manutenção do arvoredo do Castelo de S. Jorge. 
Porque, e em resumo, a EGEAC-Castelo atentou deliberadamente contra o arvoredo e biodiversidade associada, ao ignorar a Lei Nº 59/2021 de 18 de Agosto, nomeadamente o Artigo 24º «Proibições»:
a) Abater ou podar árvores e arbustos de porte arbóreo em domínio público municipal, domínio privado do município ou do Estado, sem prévia autorização do município;
d) Colher, danificar ou mutilar qualquer árvore ou arbusto de porte arbóreo, designadamente proceder a podas de talhadia de cabeça ou rolagem;
A Câmara Municipal de Lisboa deve equacionar desde já o seu retorno ao Pelouro dos Espaços Verdes até que a EGEAC- Castelo produza, finalmente, o devido “Plano de Gestão do Património Natural” e faça prova de técnico devidamente credenciado nos seus quadros para a execução de operações de gestão de arvoredo nesta obra pioneira de “Arquitectura Paisagista” em Portugal.
A cidade de Lisboa fica a aguardar os devidos esclarecimentos.
Desde já gratos pela atenção, apresentamos os melhores cumprimentos,
Pelo Fórum Cidadania Lx
Paulo Ferrero
Pela Associação Lisboa Verde
João Pinto Soares
Lisboa 1 de Julho de 2025
* De acordo com a alínea s) do Artigo 4º da Lei Nº59/2021 de 18 de Agosto: «Rolagem», o termo popular que designa uma redução drástica da árvore, normalmente realizada em árvores adultas anteriormente conduzidas em porte natural, através do corte de ramos de grande calibre, deixando-a reduzida ao tronco e pernadas estruturais, sendo equivalente a talhadia alta ou talhadia de cabeça;
Horário da iluminação nocturna dos Monumentos de Lisboa – pedido de esclarecimentos à CML (30.06.2025) 554 566 Fórum Cidadania Lx

Horário da iluminação nocturna dos Monumentos de Lisboa – pedido de esclarecimentos à CML (30.06.2025)

À Divisão de Iluminação Pública da CML

CC. PCML, AML, PC-IP e media

 

Exma. Srª Chefe de Divisão

Arq. Paula Mâncio

Solicitamos que nos informe quais os horários de iluminação nocturna dos monumentos nacionais em Lisboa como, por exemplo, o Panteão Nacional, a Basílica da Estrela, a Sé de Lisboa, a Torre de Belém e a Igreja e Mosteiro dos Jerónimos? 

E se esses horários têm já em consideração:

1-A poupança energética reduzindo o número de horas.

2-A poluição luminosa dos céus nocturnos reduzindo a intensidade e o número de horas.

Por último, perguntamos se todos os Monumentos Nacionais de Lisboa já dispõem de iluminação com tecnologia LED?

Sobre este tema tão sensível, da iluminação de bens culturais classificados – dois deles até com classificação de estatuto internacional – gostaríamos de saber se a Divisão de Iluminação Pública (DIP) tem em consideração essa particularidade realizando os devidos estudos de iluminação para garantir que o carácter e identidade de cada monumento não sai adulterada quando se adopta a tecnologia LED. 

Porque, pela nossa observação, demasiadas vezes a transposição para a tecnologia LED não parece ser acompanhada pelas devidas considerações e o monumento sai prejudicado na sua identidade quando “cruamente” iluminado por LED. No entanto sabemos que esta tecnologia evolui muito desde o seu surgimento e que actualmente já oferece equipamentos capazes de iluminar os nossos monumentos sem ofender a identidade e integridade do património classificado.

​Isto sempre tendo em conta os efeitos da poluição luminosa sobre a biodiversidade.

Muito obrigado.

 

Com os melhores cumprimentos

 

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso

Pela Direcção
Foto: ©Sonse
Vitral Arte Nova continua partido na fachada do novo Balcão de Apoio ao Comerciante (27.06.2025) 1022 1024 Fórum Cidadania Lx

Vitral Arte Nova continua partido na fachada do novo Balcão de Apoio ao Comerciante (27.06.2025)

Exmo. Sr. Vereador Diogo Moura

CC. PCML, AML e media

Na sequência da inauguração por V. Exa. do “balcão comerciante” (https://comercio.lisboa.pt/balcao-comerciante-e-o-rosto-que-apoia-o-setor-em-lisboa/), facto que desde já aplaudimos, no edifício que supomos seja propriedade da CML sito no Largo de São Julião, nº18, perguntamos se há alguma estimativa da CML quanto ao restauro do lindíssimo vitral Arte Nova que encima a montra desse balcão e que está partido há uma série de anos, como a foto de há dias documenta (autoria: Filipe de Portugal).

Lembramos V. Exas. que a fachada em causa, que era da Padaria Inglesa, se encontra classificada na Carta Municipal do Património. item 20.24.

De facto, cremos que o vitral partido não será o melhor cartão de visita para o referido balcão, o que é uma pena.

Se a CML estiver com dificuldade em encontrar quem restaure o vitral de forma correcta, poderemos contactar quem o faça.

Com os melhores cumprimentos

A Direcção

 

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão e Rosa Casimiro

Resposta do Gabinete do Vereador Diogo Moura (2.7.2025):
Exmos. Senhores,
Espero que este email vos encontre bem.
Permitam-me, desde já, agradecer a vossa preocupação com o património da cidade.
Cumpre informar que, neste momento decorrem na DMMC/DEM (Direção Municipal de Manutenção e Conservação/Departamento de Edifícios Municipais) dois procedimentos:
1 – Imediato
Através da DMEM – Divisão de Manutenção de Edifícios Municipais – foram efetuadas visitas técnicas ao local para instalar (c/ recurso a meios próprios) uma proteção mecânica, tendo por finalidade proteger e impedir o processo de degradação do bem. Segundo informações recebidas, estima-se obter a rede de proteção esta semana para colocação no sábado.
2 – Em Curso
Paralelamente ao suprarreferido, está a ser preparado um procedimento de contratação pública para a conservação e restauro do vitral e respetiva envolvente do vão (caixilharia e varanda).
Com os melhores cumprimentos,
António Pereira da Silva
Assessor do Vereador da Economia e Inovação | Advisor for Deputy Mayor of Economy and Innovation

 

Plataforma Lisboa – As Nossas Vozes – anúncio público no dia 2 de Julho, às 18h30, na R. Dom Luís I, n.º 21 (em frente ao Museu das Comunicações) 819 1024 Fórum Cidadania Lx

Plataforma Lisboa – As Nossas Vozes – anúncio público no dia 2 de Julho, às 18h30, na R. Dom Luís I, n.º 21 (em frente ao Museu das Comunicações)

Caro Associado da AMG / Munícipe  /  Comunicação Social
Assistindo à transformação abrupta da cidade de Lisboa, que se tornou já agressiva para com os seus habitantes, diversas Associações e Movimentos de Moradores / Cidadãos decidiram unir-se e conjugar esforços no sentido de exigir das entidades públicas o exercício dos poderes que lhes competem. Para tal, contamos com o suporte jurídico, pro bono público, da dr. Paula Teixeira da Cruz.
Exigimos ação sobre:
– Os níveis intoleráveis de ruído;
– A insegurança;
– A sujidade e insalubridade;
– A degradação, vandalização e descaracterização do espaço público;
– A ilegalidade do licenciamento e condições de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.
Se necessário for, enveredaremos pela via judicial. 
No dia 2 de Julho, às 18h30, na Rua Dom Luís I, nº 21 (em frente ao Museu das Comunicações), será apresentada a agenda da Plataforma Lisboa. 
Contamos com a sua presença e solicitamos divulgação desta acção.