Património
Antiga Casa de D. Francisco Manuel de Melo – Rombo no telhado – S.O.S. ao PCML
Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas
C.C. AML e Agência LUSA
Vimos pelo presente chamar a atenção da CML, na pessoa de V. Exa., para o facto de parte do telhado da Casa da “Quinta do Cabrinha”, sita no Vale de Alcântara, ter ruído recentemente, o que agrava significativamente o estado de conservação já de si periclitante daquele edifício histórico, que tem vindo a resistir estoicamente aos sucessivos atropelos urbanísticos que têm assolado aquela zona desde os anos 60.
Como será do conhecimento da V. Exa., o edifício em causa é a antiga Casa de D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666), eminente vulto literário, e não só, do nosso Barroco, e por isso se encontra listado na Carta Municipal do Património (lote 02.65 Casa de quinta/Rua da Fábrica da Pólvora, 149).
Contudo, e apesar das várias chamadas de atenção à CML durante as últimas décadas, no sentido de a autarquia garantir junto dos proprietários as necessárias obras de conservação, que o PDM determina, nunca tal aconteceu, pelo que o imóvel tem vindo a degradar-se consideravelmente.
De nada lhe tem servido, por outro lado, estar abrangido pelo Plano de Urbanização de Alcântara, supostamente em vigor.
Apelamos a V. Exa., para que dê indicações aos serviços no sentido de a CML intimar os proprietários do imóvel a repararem o telhado e procederem às obras de conservação que o PDM e o RGEU estipulam para o efeito.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, António Araújo, Carlos Boavida, Rui Pedro Martins, Luis Mascarenhas Gaivão, Miguel de Sepúlveda Velloso, Helena Espvall, Fátima Castanheira, Nuno Caiado, Fernando Jorge, Jorge Pinto, Irene Santos, Pedro Jordão, Gustavo da Cunha, Maria Ramalho
Colunas do Parque Eduardo VII restauradas mas ainda sem coroas – pedido de esclarecimento à CML
Exmo. Sr. Vice-Presidente da CML
Dr. Filipe Anacoreta Correia
C.C. PCML, AML, DGPC e Agência LUSA
No seguimento das recentes obras de restauro às “colunas imperiais” do alto do Parque Eduardo VII, da responsabilidade da CML e com as quais nos congratulamos, porque sistematicamente anunciadas ao longo dos últimos anos, mas nunca concretizadas, vimos pelo presente solicitar a V. Exa. que nos explique as razões para ainda não terem sido colocadas as respectivas quatro “coroas de louros”.
De facto, passados 3 meses sobre o início das obras (https://www.publico.pt/2023/06/01/local/noticia/obras-urgentes-ajuste-directo-alto-parque-eduardo-vii-previstas-desde-2016-2051815) e quase 1 mês sobre o desmonte das estruturas metálicas do palco da Jornada Mundial da Juventude, as colunas dos anos 50, de Keil do Amaral, continuam sem as referidas coroas, já depois das colunas terem sido restauradas (foto 3 de Sábado, dia 2).
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos.
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Eurico de Barros, Rui Pedro Martins, Paulo Lopes, Fernando Jorge, António Araújo, Luis Mascarenhas Gaivão, Carlos Boavida, Fátima Castanheira, Gustavo da Cunha, Pedro Jordão, Filipe de Portugal
Chamada de atenção urgente à CML para potencial perigo no palacete Touzet (Alcântara)
Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Eng. Joana Almeida
C.C.AML, JF Alcântara e Agência LUSA
Vimos pelo presente chamar a atenção urgente de V. Exas. para o perigo iminente na Rua dos Lusíadas (15-17), em Alcântara, que decorre do facto de o palacete de António Sebastião e Silva (mais conhecido por Palacete Touzet) estar há vários dias com a porta escancarada, à espera muito provavelmente de uma catástrofe que viabilize, finalmente, a demolição de todo o conjunto histórico (logradouro incluído), conforme pretendido por alguns.
Efectivamente, para além do risco evidente de incêndio, é uma vergonha para a cidade, e para quem a governa aos mais variados níveis, que este imóvel histórico se encontre como as fotos de ontem documentam, após anos e anos de denúncias e apelos vários a outras tantas entidades (CML, AML, JF, DGPC); totalmente depauperado, vandalizado e ostracizado.
É espantoso como durante os últimos 15 anos nunca houve uma intervenção de quem de direito que garantisse a preservação do imóvel, o que denota uma profunda ignorância de todos os responsáveis locais pelo legado da firma Vieillard & Touzet na cidade de Lisboa, desde logo em Alcântara, onde a arquitectura do ferro e a indústria a ela ligada serviram de alavanca de desenvolvimento.
Fazemos votos para que a CML consiga, ao menos, evitar uma catástrofe.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Jorge Pinto, Gustavo da Cunha, Luís Mascarenhas Gaivão, Maria Teresa Goulão, Helena Espvall, José Maria Amador, Fátima Castanheira, Rui Pedro Martins, Filipe de Portugal, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fernando Jorge, Pedro Bugarin, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Jordão, Irene Santos
Foto3 (2020), por Senhormario
Pedido de classificação do Convento das Flamengas
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos
Como é do conhecimento de V. Exa., o Convento das Flamengas, em Alcântara, Lisboa, foi fundado no último quartel do século XVI, por iniciativa régia de Filipe I de Portugal, para acolher as religiosas franciscanas vindas da Flandres, em 1582.
O edificado actual, composto por igreja (antiga capela do convento), claustro e ala conventual (2 pisos com cerca de 50 casas/residências sociais, com apenas 3-4 delas ocupadas) resulta de uma série de seccionamentos ocorridos durante o século XX, para a abertura de arruamentos, construção de blocos habitacionais e colocação de pilares para a Ponte 25 de Abril.
Apesar dessas circunstâncias, o conjunto mantém a sua homogeneidade, imponência e relevância urbanística, arquitectónica, histórica e patrimonial, pelo que é incompreensível que a igreja, claustro e ala conventual não estejam classificados por quem de direito.
Com o presente pedido de classificação, pretendemos, não só, colmatar essa lacuna em termos do reconhecimento da sua importância para o país, como ajudar à causa da reabilitação do claustro e de toda a ala conventual, que se encontram em mau estado de conservação, com coberturas e casas em ruínas, e estando o seu logradouro da ala nascente com elementos espúrios (pavilhões de génese ilegal).
Fazemos votos para o bom acolhimento pela DGPC e pelo seu Director-Geral, desta nossa propositura, à qual anexamos o respectivo requerimento e vários elementos documentais.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Luís Mascarenhas Gaivão, Rui Pedro Barbosa, Helena Espvall, Fátima Castanheira, Pedro Bugarin, Rui Pedro Martins, Filipe de Portugal, António Araújo, Carlos Boavida, Ana Cristina Figueiredo, Fernando Jorge, Filipe Teixeira, Jorge Pinto, Maria Ramalho, José Maria Amador
Obra em prédio de Cassiano Branco – Supermercado ALDI – pedido de esclarecimentos à CML
Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. AML, JF Santo António
Serve o presente para solicitar a V. Exas. que nos esclarecem se é entendimento da CML que a obra em curso no R/C do nº 7 da Rua Nova de São Mamede está de acordo com o estipulado no Plano Director Municipal, no que à Carta Municipal do Património diz respeito, mormente às obras de alteração que são autorizadas em edifícios objecto dessa classificação.
Como é do conhecimento de V. Exas., o edifício em causa é um dos mais notáveis do legado de Cassiano Branco, e por isso mesmo é protegido pela Carta Municipal do Património, item “46.42 Edifício de habitação plurifamiliar / Rua Nova de S. Mamede, 3-9”.
No nosso entender a obra em curso, de alteração do antigo stand de automóveis em supermercado Aldi, não cumprirá essa regulamentação, conforme as fotos em anexo testemunham.
Aliás, será lamentável que as obras no interior possam vir a esconder o sistema notável de vigas de betão armado (uma novidade na época em que o prédio foi construído, uma verdadeira conquista tecnológica a existência de vãos tão acentuados sem pilares ou colunas) com eventuais tectos falsos, apagando assim uma das características essenciais do edifício.
Chamamos ainda a atenção de V. Exas. para a futura colocação de sinalética/dispositivos de publicidade na fachada, designadamente para que a mesma não seja permitida pela CML no caso de poder vir a agredir/esconder a fachada.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fernando Jorge, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro Jordão, Rui Pedro Martins, Gustavo da Cunha, Fátima Castanheira, Helena Espvall, Carlos Boavida, Miguel Atanásio Carvalho, Filipe de Portugal
Fotos de Jorge Pinto e José Chamusco
Quinta do Assentista (1746) – Pedido de esclarecimento à CM Amadora
Exma. Sra. Presidente da CM Amadora
Dra. Carla Maria Nunes Tavares
C.C. AMA e media
Tivemos conhecimento da recente aquisição pela CM da Amadora, da Quinta do Assentista (http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=22633), e não queremos deixar de transmitir a V. Exa. o nosso forte aplauso a esse facto.
Trata-se de um importante conjunto urbano-agrícola setecentista que merece ser preservado e recuperado, e a que importa dar bom uso, e nada melhor do que a Autarquia para garantir que tal se concretize, até porque a Quinta, inclusivamente, se encontra classificada como Conjunto de Interesse Municipal desde Fevereiro de 2009.
Solicitamos a V. Exa. que nos informe quanto ao destino que a Autarquia prevê para a Quinta, designadamente para sua casa principal, casas dos trabalhadores e lojas do piso térreo e, igualmente importante, para a sua vasta área agrícola.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Carlos Boavida, Luís Mascarenhas Gaivão, Fátima Castanheira, Maria do Rosário Reiche, Pedro Jordão, Jorge Pinto, António Araújo, Gustavo da Cunha, Helena Espvall, Fernando Jorge, António Miranda
Fotos de Vítor Rafael de Sousa (1) e da CM Amadora (2 a 4)
…
Resposta do Gabinete da Presidência da CM (2 de Agosto):
«Refª 1427/GP/23
Exmos. Senhores,
Incumbe-me a Sra. Presidente, Dra. Carla Tavares, de acusar a receção da vossa missiva, que muito agradece, e, consequentemente, levar ao conhecimento de V. Exas. que, em articulação com a família dos antigos proprietários, o objetivo da Câmara Municipal da Amadora é tornar o espaço visitável por todos aqueles que o queiram fazer, disponibilizando informação sobre a história da Quinta do Assentista.
A zona dos jardins poderá, em momentos específicos, ser local privilegiado para iniciativas culturais.
Com os melhores cumprimentos,
A Chefe do Gabinete
Filipa Monteiro»
Lago da Patriarcal do Príncipe Real continua seco – pedido de esclarecimentos à EPAL
Exma. Sra. Directora do Museu da Água
Dra. Mariana Castro Henriques
C.C.PCML, AML, JF e DGPC
Constatando que, apesar da promessa anunciada no V/cartaz colocado em Campo de Ourique (foto), o lago da Patriarcal do Príncipe Real continua completamente seco, solicitamos a V. Exa. que nos esclareça sobre a data em que será devolvida de facto água àquele lago.
Muito obrigado.Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, António Araújo, Jorge Pinto, Luís Mascarenhas Gaivão, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rui Pedro Barbosa, Rui Pedro Martins, Paula Cristina Peralta, Filipe de Portugal, Fátima Castanheira, Pedro Jordão, Carlos Boavida, António Miranda
Fotos (actuais) de Diogo Baptista (cartaz) e Jorge Pinto (lago)
…
Resposta da EPAL/Museu da Água (24.07.2023):
«Exmas. Senhoras,
Exmos. Senhores,
Nos últimos anos a EPAL tem vindo a desenvolver um conjunto de projetos de reabilitação em infraestruturas patrimoniais dos séculos XVIII e XIX, referentes a uma parte essencial do património da água, dirigidos maioritariamente ao sistema Aqueduto das Águas Livres (Monumento Nacional inserido em cinco concelhos, onde se destaca a arcaria do vale de Alcântara, o conjunto de aquedutos subsidiários, o Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, as galerias subterrâneas de transporte de água e o conjunto de chafarizes monumentais), ao Reservatório da Patriarcal, ao Reservatório da Penha de França e à Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos.
Assim, e de acordo com o programa de intervenções delineado, prevê-se a execução integral do Projeto de Execução para Reabilitação do Lago e Reservatório da Patriarcal.
A referida intervenção, desenvolvida pela EPAL, visa os seguintes estudos e trabalhos:
· Execução de projeto para estrutura provisória exterior de proteção da construção;
· Criação de modelo tridimensional do reservatório;
· Caracterização, inspeção e diagnóstico estrutural, incluindo avaliação de patologias estruturais e não estruturais;
· Empreitada de reabilitação patrimonial e funcional do Reservatório da Patriarcal, que inclui a reabilitação da cobertura do reservatório e respetivo lago.
O projeto de reabilitação do Reservatório da Patriarcal está atualmente em desenvolvimento, prevendo-se o início da empreitada para o 1º trimestre de 2024, estando estimado um prazo de execução de 300 dias.
A intervenção de reabilitação, que inclui ações de conservação e restauro, no Reservatório da Patriarcal, equipamento cultural integrado no Museu da Água da EPAL, prevê uma nova disposição do espaço que permitirá aos visitantes um percurso mais alargado, com acesso a zonas atualmente não visitáveis, bem como a colocação em funcionamento do lago do jardim do Príncipe Real.
Estamos naturalmente ao dispor para qualquer informação adicional que julguem pertinente.
Muito obrigado.
Com os melhores cumprimentos,
Mariana Castro Henriques
Diretora
Direção do Museu da Água e do Património Histórico
EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A.»
Palácio Nacional e Sítio Monumental da Ajuda – pedido de esclarecimentos ao DGPC
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos
C.C. GABPM, GABMC, PCML, AML e LUSA
No seguimento do artigo “Museu do Tesouro Real, Um Ano Depois”, saído no Público Ípsilon, versão online, em 24 de Junho, e que deixa um desastroso retrato do que foi possível o design fazer nesse museu, julgamos que seria de todo conveniente haver um esclarecimento da DGPC acerca dos pontos abaixo indicados.
Como é do conhecimento geral, quando se começou a falar da construção do Museu do Tesouro Real na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, e independentemente do projecto arquitectónico escolhido pelo Governo e CML para o remate do palácio, várias foram as vozes das entidades responsáveis que prometiam uma “revolução” no sítio monumental da Ajuda.
A triste e actual realidade, contudo, desmente essas entusiastas e certamente irreflectidas promessas:
– A Torre do Galo continua a degradar-se, sem restauro à vista, muito menos com o fabuloso mecanismo do relógio (foto) a trabalhar e os sinos a tocarem, constituindo, inclusivamente, uma ameaça à segurança dos transeuntes, para além de ser o espelho do desleixo com que as coisas se mantêm e são aparentemente toleradas;
– O Jardim das Damas está aberto ao público, gerido pela Junta de Freguesia da Ajuda mas sem controlo, a degradar-se ainda mais, temendo-se pelo furto de azulejos ou de cantarias relevantes, isto passados mais de 10 anos sobre o acordo firmado então entre a DGPC e a CML, em que se gastaram largos milhares de euros na sua recuperação, aparentemente incompleta, além de se ter revelado ineficaz a intervenção na parte poente do talude;
– O Mirante que dá para a Calçada da Ajuda continua no estado que todos sabemos, com vidros partidos e reboco a cair;
– O ajardinamento da envolvente não se fez. Na Alameda dos Pinheiros, o espaço é digno de uma lixeira, o restolho abunda na parte poente e que é vizinha da fachada do MTR;
– As caixilharias das janelas do pátio do palácio apresentam um estado de degradação indigno a todos os níveis;
– Os torreões do Palácio continuam por restaurar nos seus interiores e coberturas.
Para além destes aspectos, gostaríamos que V. Exa. nos elucidasse em relação a alguns pontos que têm sido alvo de justas críticas e se prevê que algum deles seja resolvido até final do presente ano:
– Como está feita a ligação entre o novo edifício do MTR e o antigo corpo do PNA, nomeadamente o eventual impacto que possa ter tido no antigo atelier de D.Luís I, que continua encerrado, ao que se sabe por infiltrações resultantes da alteração ao projecto do MTR, que implicou a acoplagem ao PNA de um corpo em betão, e no túnel que existia sob o pátio do palácio ligando as duas alas daquele, e que terá sido cortado no seguimento de sondagens e perfurações para avaliação de estruturas?
– O que restava do espaço das antigas cozinhas foi mantido?
– O que se planeia ou já está em execução pela DGPC nas importantíssimas salas das reservas do Museu do PNA?
– Finalmente, a lindíssima Sala dos Serenins, gostaríamos de saber o que pretende fazer a DGPC para aquele espaço e restantes edifícios do Laboratório de Arqueociências, por forma a que, designadamente, a utilização da primeira seja compatível com a sua riqueza histórica-decorativa.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Ana Celeste Glória, António Dias Coelho, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro Jordão, José Maria Amador, Raquel Henriques da Silva, Fátima Castanheira, Jorge Pinto, Carlos Boavida, Filipe Teixeira, Helena Espvall, Filipe de Portugal, Maria do Rosário Reiche, João Teixeira, António Araújo, Irene Santos
Foto: Mecanismo do relógio da Torre do Galo, em 2012, por Hermínio Nunes
Início da demolição da Vivenda Aleluia, em Aveiro – protesto ao PCP
Exmo. Senhor Dr. Paulo Raimundo
Secretário-Geral do Partido Comunista Português
C.C. 12ª Comissão da AR, GabMC, DGPC, PCM Aveiro e LUSA
Foi com espanto e profunda indignação que soubemos que a delegação do Partido Comunista Português (PCP) em Aveiro decidiu iniciar o desmantelamento da Vivenda Aleluia (1930), de que é proprietária, havendo notícias de gradeamentos, caixilharias e interiores já destruídos.
Como será do conhecimento de V. Exa., a polémica em redor de uma eventual demolição da Vivenda Aleluia, sita na Av. Lourenço Peixinho, há muito que ultrapassou o foro local, mobilizando nos últimos meses a opinião pública de uma forma tal que o assunto chegou à Assembleia da República, por via de uma petição em prol da salvaguarda da moradia histórica, encontrando-se a mesma a aguardar pelo relatório da 12ª Comissão, órgão em que, estranhamente, o PCP se coibiu de participar aquando da audição feita às primeiras peticionárias.
Igualmente, decorre na Direcção-Geral do Património Cultural o processo de emissão de parecer sobre o pedido de classificação de Interesse Público submetido recentemente e com carácter de urgência àqueles serviços, o qual, a ter parecer positivo será o garante de que a casa não será demolida e, portanto, o desmantelamento em curso será ilegal, apesar de aprovado pela CM Aveiro.
Daí este nosso protesto a V. Exa., por o que consideramos ser uma grave contradição, feita por quem, e bem, costuma pautar-se por uma frontal oposição aos projectos urbanísticos selvagens, meramente especulativos e aproveitadores de lacunas legais e permeabilidades autárquicas e centrais, que delapidam o nosso património e destroem a memória histórica por esse país fora.
Contudo, neste caso da Vivenda Aleluia, estranhamente, o PCP decidiu não só ser promotor imobiliário especulativo, talvez na esperança de lucrar milhões com o edifício de cinco andares que vier a ser construído no lugar da moradia, como contradizer-se em relação às suas próprias tomadas de posição no passado, em que por mais do que uma vez defendeu a salvaguarda da Vivenda Aleluia.
Fica o protesto, veemente.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Luís Mascarenhas Gaivão, Rui Pedro Martins, Fernando Jorge, Eurico de Barros, Paula Cristina Peralta, Beatriz Empis, António Araújo, Helena Espvall, Jorge Pinto, Gustavo da Cunha, António Dias Coelho, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira