Património

Néons da Cervejaria Solmar (MIP) – Pedido de intervenção ao Património Cultural, IP (15.07.2024) 1009 1024 Paulo Ferrero

Néons da Cervejaria Solmar (MIP) – Pedido de intervenção ao Património Cultural, IP (15.07.2024)

Exmo. Sr. Presidente do Património Cultural, IP
Dr. João Soalheiro
C.C. MC e PCML
Serve o presente para alertar V. Exa. para a necessidade de se assegurar junto do proprietário o restauro dos vários néons da Cervejaria Solmar (Monumento de Interesse Público), no âmbito da intervenção em curso no interior daquele espaço notabilíssimo e “obra total”, da qual estes letreiros, em especial o que ladeia a entrada principal e o de gaveto, são ex-libris e indissociáveis do monumento.
De facto, embora a obra em curso, que foi aprovada pela então DGPC (Inf. S-2023/620316, Processo DRL-DS/2002/11-06/14381/POP/123677), apenas compreenda formalmente o interior da cervejaria (painéis azulejares, paredes, balcão e mobiliário), aqueles fabulosos néons são parte integrante do Monumento de Interesse Público e encontram-se agora mais danificados do que estavam por altura da aprovação do referido projecto, pelo que teria bastado cobri-los na altura com uma lona para que os mesmos não estivessem como as fotos (in Facebook) de há poucas semanas documentam.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria Ramalho, Nuno Caiado, Rui Pedro Barbosa, Luis Mascarenhas Gaivão, António Pires Veloso, Gustavo da Cunha, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Jorge Pinto, Fátima Castanheira, Helena Espvall, Fernando Jorge, António Araújo
Agradecimento à Estamo/Fundiestamo pela colocação de novas telas no Balneário D. Maria II (11.07.2024) 1024 948 Paulo Ferrero

Agradecimento à Estamo/Fundiestamo pela colocação de novas telas no Balneário D. Maria II (11.07.2024)

Às Administrações da FUNDIESTAMO e ESTAMO
C.C. PCML, AML, MC e LUSA
Ex.mos Senhores
Fomos agradavelmente surpreendidos na tarde de ontem pela colocação de novos telões envolvendo o Balneário D. Maria II, que tapam agora a totalidade deste edifício de Interesse Público.
É com redobrada satisfação que vos endereçamos os nossos agradecimentos, por reconhecerem a justeza da nossa providência cautelar de 25 de Julho de 2023, recusada pelo Tribunal mas em boa hora acatada por V. Exas. no que se refere à necessidade nela expressa de a Fundiestamo/Estamo proceder “ao melhoramento da cobertura provisória existente sobre o Balneário D. Maria II, com a substituição da atual rede e aumentando a inclinação da cobertura, acrescentando-lhe painéis laterais de proteção, por forma a impedir a entrada da água das chuvas”.
Muito obrigado.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Gustavo da Cunha, Rui Martins, Helena Espvall, Alexandra Maia Mendonça, António Miranda, Jorge Pinto, Beatriz Empis, Pedro Formozinho Sanchez, Filipe de Portugal
Chafariz da Esperança (MN) volta a estar uma lástima – protesto à CML (09.07.2024) 1009 1024 Paulo Ferrero

Chafariz da Esperança (MN) volta a estar uma lástima – protesto à CML (09.07.2024)

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida,
Exmo. Sr. Vereador do Ambiente
Dr. Ângelo Pereira
C.C. AML, JF Estrela, MUSEU da EPAL, e agência LUSA
 
Constatámos há dias que o Chafariz da Esperança, Monumento Nacional, já se encontra de novo conspurcado, o circuito da água não funciona, a iluminação tampouco e apresenta ervas daninhas um pouco por todo o lado, enfim, está num estado a todos os títulos deplorável
Surpreende-nos que tal se verifique, sobretudo quando há pouco mais de um ano tivemos a oportunidade de endereçar os nossos parabéns à Câmara Municipal de Lisboa, na pessoa de V. Exas., pela reabilitação exemplar que a CML tinha acabado de fazer, tendo nós, inclusivamente, organizado uma visita ao chafariz no Dia Mundial da Água, guiados por elementos da Unidade de Intervenção Territorial do Centro Histórico, do Pelouro do Urbanismo.
E estamos indignados porque nos recordamos que nessa visita o Sr. Vereador do Ambiente e o Sr. Presidente da JF da Estrela se fizeram acompanhar por vários técnicos e assessores, tirando fotografias, amiúde.
Hoje, passado nem ano e meio sobre aquela visita, a situação está como as fotos documentam.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Rui Pedro Barbosa, Raquel Henriques da Silva, Rui Pedro Martins, Nuno Caiado, António Araújo, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fátima Castanheira, Ana Alves de Sousa, Filipe de Portugal, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Fernando Jorge, Jorge Pinto, Paula Cristina Peralta
Capela de Santo Amaro (Alcântara) em péssimo estado – pedido de esclarecimentos ao Património Cultural, IP (02.07.2024) 1024 667 Paulo Ferrero

Capela de Santo Amaro (Alcântara) em péssimo estado – pedido de esclarecimentos ao Património Cultural, IP (02.07.2024)

Exmo. Sr. Presidente do Património Cultural , IP
Dr. João Soalheiro
C.C. Ministra da Cultura, PCML, AML, JF Alcântara, Paróquia de São Pedro em Alcântara, Estamo e Media
 
No seguimento da visita que organizámos à Capela de Santo Amaro (MN) no passado mês de Junho, onde pudemos constatar o péssimo estado de conservação da mesma, sobretudo na galilé e sacristia, mas também nas fachadas e cobertura, vimos pelo presente solicitar a V. Exa. que nos informe se já foi celebrado o protocolo entre o PC-IP, a Estamo e JF de Alcântara, que havia sido acordado em reunião entre todas as partes a 31 de Janeiro deste ano, e que visava concretizar a urgente intervenção de conservação e restauro de que a capela necessita, desiderato que tem vindo a ser prometido há anos mas nunca concretizado até hoje.
Com efeito, as fachadas deste Monumento Nacional apresentam fissuras e ervas daninhas, a cantaria em pedra encontra-se pintada (!); a galilé tem fissuras graves nas abóbodas e nervuras, os azulejos dos seus dois altares foram saqueados e estropiados e os elementos em ferro estão partidos e incompletos; a cobertura tem telhas partidas, a sacristia tem o tecto e as telas em muito mau estado, a pintura mural do tempo de D. Maria foi coberta com tinta moderna, aparentemente recuperável, a acreditar no destacamento que se observa em várias das paredes e a sua cobertura apresenta telha lusa.
No caso de o referido protocolo ter sido já assinado, solicitamos a V. Exa. que nos esclareça quanto à data de início das obras de recuperação deste monumento absolutamente único, e onde poderemos consultar o projecto que foi feito para o efeito, com orçamento estimado de 2 milhões de euros.
Antecipadamente gratos, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Pedro Jordão, Ana Celeste Glória, Rui Martins, Fernando Jorge, António Pires Veloso, Carlos Boavida, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rui Pedro Barbosa, Raquel Henriques da Silva, António Miranda, Ana Alves de Sousa, António Araújo, Helena Espvall, Filipe de Portugal, Fátima Castanheira, Alexandra Maia Mendonça, Gustavo da Cunha, Jorge Pinto, Beatriz Empis, António Dias Coelho
Fotos de Fernando Jorge e Filipe de Portugal 

Resposta do Presidente do Património Cultural, IP (06.07.2024):

Ex.mos Senhores

Fórum Cidadania Lx – Associação

 

Agradeço em nome do Património Cultural, I.P., mais este gesto de preocupação pelo património classificado e, no caso, pela situação relativa ao monumento em apreço, a Capela de Santo Amaro, em Lisboa.

A comunicação que o Fórum Cidadania Lx endereça a este Instituto fica encaminhada, com supervisão da Senhora Vice-Presidente Doutora Ana Catarina de Sousa, ao competente serviço – Departamento de Bens Culturais –, em articulação com os demais serviços pertinentes, para verificação das questões suscitadas e reporte. Mal seja apresentada Informação ao Conselho Diretivo, procederei a comunicar o que tenha sido apurado de um ponto de vista técnico e o que venha a ser deliberado pelo Conselho a esse respeito.

Apresento os meus melhores cumprimentos,

João Soalheiro,

Presidente do Conselho Diretivo

Castelinho da Faculdade de Farmácia ao abandono – pedido de esclarecimentos à Directora da Faculdade de Farmácia (01.07.2024) 1024 1024 Paulo Ferrero

Castelinho da Faculdade de Farmácia ao abandono – pedido de esclarecimentos à Directora da Faculdade de Farmácia (01.07.2024)

Exma. Sra. Directora da Faculdade de Farmácia da UL
Profª Beatriz Lima
C.C. Reitor da UL, Ministro da Educação, PCML, PAML, Ordem dos Farmacêuticos e media 
Constatamos que o “castelinho” da antiga Quinta da Torrinha, edifício de 1892 onde funcionou a Faculdade de Farmácia até 1980, se encontra num estado deplorável desde que ficou abandonado (2018-2019), como as imagens demonstram.
Escusado será lembrar que este edifício histórico de inspiração Arte Nova, é emblemático da Faculdade que V. Exa. dirige, e não conseguimos compreender como, dada a obra notável que tem sido feita nas últimas décadas pela FF a vários níveis, seja possível que este chalet tenha chegado a estado de abandono em que se encontra, apresentando várias lacunas na bela azulejaria de padrão das fachadas, e temendo-se o pior no seu interior, nomeadamente na sua escada em caracol em madeira entalhada, nos estuques ornamentais e demais espólio e decoração. Relativamente ao espaço em seu redor, recusamos comentá-lo, de tão indigno de uma capital europeia, que se diz inovadora.
Solicitamos a V. Exa. que nos esclareça sobre o porquê desta situação insustentável e a todos os títulos deplorável, e se está prevista alguma obra de recuperação e dignificação do imóvel, no orçamento da FF-UL, ao abrigo ou não do PRR.
Gratos, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Rui Martins, Ana Alves de Sousa, Isabel Goulão, Beatriz Empis, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rui Pedro Barbosa, Carlos Boavida, Gustavo da Cunha, Helena Espvall, Raquel Henriques da Silva, Jorge Pinto, Rosa Casimiro
Fotos de Rui Martins
Obra de reabilitação prédio Lg. Anunciada (azulejos publicitários Leitaria da Anunciada) / Pedido de esclarecimentos à CML (26.06.2024) 1024 977 Paulo Ferrero

Obra de reabilitação prédio Lg. Anunciada (azulejos publicitários Leitaria da Anunciada) / Pedido de esclarecimentos à CML (26.06.2024)

Exma. Senhora Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. PCML, AML, PC-IP, EPAL e Azulejo em Risco
No seguimento do teor da resposta da EPAL, em Maio de 2023, ao nosso pedido de esclarecimentos sobre a demora na reposição do painel de azulejos publicitários da Leitaria da Anunciada, painel histórico e único sito no edifício da Rua das Portas de Santo Antão, 169-185/Largo da Anunciada, propriedade daquela empresa, e uma vez que a reposição daquele importante painel continua por fazer desde 2017,
Solicitamos a V. Exa. que nos esclareça sobre as razões do não licenciamento pela CML da obra de alterações/reabilitação total do referido edifício, facto que, segundo a EPAL, tem impedido a reposição do painel de azulejos.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Helena Espvall, Miguel de Sepúlveda Velloso, Beatriz Empis, António Pires Veloso, Nuno Caiado, Fernando Jorge, Fátima Castanheira, Jorge Pinto, Bernardo Ferreira de Carvalho
Consulta pública do projecto de Museu Judaico (Belém) – envio do contributo do FCLX (12.06.2024) 1014 1024 Paulo Ferrero

Consulta pública do projecto de Museu Judaico (Belém) – envio do contributo do FCLX (12.06.2024)

A/C DMU/DLPE/DPE da CML
CC.PCML, AML, JF Belém, Vereadora Urbanismo e media
Exmos. Senhores
No âmbito da consulta pública promovida pela CML para o Museu Judaico em Belém, e conforme AVISO N.º 20/2024, serve o presente para enviarmos o contributo do Fórum Cidadania Lx – Associação, pedindo a vossa melhor atenção para o documento em anexo.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Helena Espvall, Carlos Moura, Rui Martins, Miguel de Sepúlveda Velloso, Carlos Boavida, Fernando Jorge, Beatriz Empis, Paula Cristina Peralta, Maria Ramalho, António Pires Veloso, João Gonçalves, Gonçalo Cornélio da Silva, Maria João Torres, José Amador, Pedro Henrique Aparício

 

Prédio magnífico da Rua Prior do Crato, 125 – chamada de atenção à Vereadora do Urbanismo (06.06.2024) 1002 1024 Paulo Ferrero

Prédio magnífico da Rua Prior do Crato, 125 – chamada de atenção à Vereadora do Urbanismo (06.06.2024)

Exma. Senhora Vereadora
Engª Joana Almeida
 CC.PCML, AML e JF Alcântara, LUSA
Ontem, deparámo-nos com a recente colocação de tapumes em redor do magnífico prédio do nº 125 da Rua Prior do Crato, em Alcântara, datado de 1888 e conhecido pela beleza singular da patine que a sua fachada adquiriu ao longo dos tempos, resultante do desgaste de várias camadas de tintas diferentes, e não questionando a necessidade de obras de conservação e recuperação deste imponente prédio, fazemos votos para que a empreitada em curso não resulte em mais um caso de esventramento de edifícios singulares de Lisboa, pelo que alertamos V. Exa. para a necessidade de preservar as lindíssimas molduras e frisos na parede curva, com a Rua Vieira da Silva, em massa tridimensional, bem como os belos estuques artísticos existentes em todos os pisos de habitação, para além de todo o belíssimo trabalho em ferro das sacadas, etc.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Filipe de Portugal, Maria Teresa Goulão, Nuno Caiado, Bernardo Ferreira de Carvalho, António Miranda, Helena Espvall, Beatriz Empis, Jorge Pinto, António Araújo, Rui Martins, Irene Santos, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria Ramalho, Ruth da Gama, Fátima Castanheira, João Gonçalves

 

Azulejo de fachada – aplicação da Lei 79/2017 – apelo à Vereadora do Urbanismo (06.06.2024) 1024 508 Paulo Ferrero

Azulejo de fachada – aplicação da Lei 79/2017 – apelo à Vereadora do Urbanismo (06.06.2024)

Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo

Engª Joana Almeida

C.C. PCML, AML e media

 

No rescaldo das várias iniciativas em prol do Azulejo que o Fórum Cidadania Lx e o MAPA desenvolveram ao longo do mês de Maio, o “mês do azulejo”, não podemos deixar de alertar V. Exa. para a necessidade urgente de os serviços de Urbanismo da CML alterarem radicalmente a sua postura no que toca à aplicação da Lei nº 79/2017, e respectivas alterações ao RJUE em vigor, sob pena de as mesmas não passarem de boas intenções, sem qualquer efeito prático naquilo que as motivou: a conservação e a salvaguarda do azulejo de fachada.

De facto, apelamos a V. Exa. para dar indicações aos serviços que tutela para que sejam mais activos e eficazes aquando da apreciação e do licenciamento de projectos urbanísticos relativos a edifícios com fachadas azulejares, uma vez que até agora o empenho e a pró-actividade da CML têm sido quase nenhuns desde que a lei está em vigor, fazendo depender a sua acção dos alertas esporádicos que lhes vão chegando.

Porque se é verdade que todos consideramos o Azulejo como património identitário nacional e que esta Lei é curta – ela ignora o azulejo de interior -, a verdade é que apesar disso continuamos a assistir desde 2017 ao desmantelar de fachadas azulejadas, ao seu saque, à sua substituição de azulejos de origem (esses sim de valor) por réplicas muitas delas de péssima qualidade (sem valor), à inexistência de um banco de azulejos capaz, à venda legal e ilegal e ao desbarato nos mais variados locais, e à tradicional ausência de fiscalização e punição dos prevaricadores.

Ou seja, a lei não é cumprida e, qualquer dia, o universo de fachadas de azulejos (e os de interior, por maioria de razão) será uma raridade, tal qual muito outro património que a cidade tem perdido.

Uma realidade à qual, infelizmente, nem mesmo os imóveis classificados conseguem estar imunes.

Por outro lado, constata-se que na grande maioria dos casos em que o azulejo é maltratado, é-o por desconhecimento dos promotores, dos arquitectos e dos empreiteiros de que há uma Lei de defesa dos azulejos de fachada.

Pelo que, em nosso entender, as autarquias, e a CML em particular, enquanto entidades que aplicam e fazem cumprir o RJUE, têm a maior responsabilidade na boa aplicação desta lei e na salvaguarda do azulejo de fachada.

Para se contrariar essa triste realidade, cremos ser urgente e necessário que a CML:

1.Actualize as bases de dados relativas ao edificado da cidade, através de um levantamento/inventariação com critério e fidedigno, que sirva de carta do património azulejar de fachada da cidade de Lisboa, rigorosa, rua a rua, quarteirão a quarteirão, bairro a bairro, independentemente da época de fabrico dos azulejos, autoria, estilo ou valor patrimonial dos mesmos, susceptíveis ou não de uma classificação de conjunto.

Essa inventariação poderá perfeitamente ser feita pelos serviços da CML recorrendo à ajuda externa, por via do estabelecimento de protocolos com escolas e universidades.

2.Crie um mecanismo automático interno, nos serviços de Urbanismo, uma plataforma fiável que permita aos técnicos que recepcionam e aos que apreciam os projectos de alterações aos edifícios, identificarem imediatamente os casos em que existe azulejaria de fachada e desse modo verificarem com os promotores e autores dos projectos se a Lei nº 79/2017 está a ser cumprida.

Um tal automatismo permitirá a quem promove, projecta e executa as obras observar uma série de procedimentos em prol da salvaguarda do azulejo, designadamente a nível das técnicas e dos materiais (argamassas, etc.) para a conservação e restauro, mas também nos casos em que seja necessária a remoção dos azulejos para uma posterior recolocação.

Assim, evitar-se-á o recurso à execução de réplicas, em que, regra geral, todos ficam mais pobres, a começar pela própria cidade, ao substituir-se algo que é genuíno e que tem valor por isso mesmo, por algo sem valor absolutamente nenhum, muitas vezes mal feito e com recurso a materiais que não os tradicionais.

Bem como possibilitará uma maior rapidez na intimação de obras de conservação em fachadas cobertas a azulejo de inegável valor patrimonial ou estético, como já devida ter sido feito pela CML no caso escandaloso do edifício da Rua da Graça, nº 90 (foto 1, autoria: MAPA).

 3.Prossiga com a classificação de Interesse Municipal de fachadas e frisos de azulejos, e de azulejos nos interiores dos edifícios, porque acreditamos ser essa também uma maneira de a CML contribuir para que os privados e os organismos públicos proprietários de edifícios, tenham outro entendimento do azulejo, valorizando-o e protegendo-o, em vez de o menosprezarem e promoverem a sua substituição por réplicas.

Assim, os serviços do Urbanismo e da Cultura da CML deviam avançar, desde já e aproveitando a revisão em curso do PDM, com a inclusão de mais fachadas azulejadas em sede de Carta Municipal, mas também com a classificação de Interesse Municipal numa série delas, especialmente nos casos em que os azulejos apresentem determinadas características únicas ou singularidade (ex. o painel figurativo do século XVIII do edifício do Largo de São Mamede, nº 7, atribuído ao pintor Manuel dos Santos, do Ciclo dos Mestres – em foto 2, prédio da Rua da Saudade, nº 23, onde moraram Alexandre O’Neil e Ary dos Santos – em foto 3, e edifício da Rua da Palma, nº 207, com azulejos Arte Nova fabulosos no hall, em foto 4 – autoria R da Gama) ou crescente raridade, a saber:

Todos os azulejos pombalinos, neoclássicos, Arte Nova, art déco e modernistas da cidade; todos os azulejos produzidos nas fábricas das Devesas, Sacavém, Lusitânia, Massarelos (são exemplos maiores os azulejos na Rua do Poço dos Negros e Rua do Quelhas, por exemplo); todos os azulejos em padrão Mint. Todos os azulejos publicitários (em letreiro e figurativos)

 4.E é preciso que a CML dê o exemplo e aja em conformidade em matéria do cumprimento da lei e das suas competências, nos edifícios em que é proprietária.

Neste particular, chamamos a especial atenção de V. Exa. para alguns casos paradigmáticos, em que o desleixo, a falta de brio e a indiferença da CML são escandalosos, dado o carácter e a raridade dos azulejos objecto dessa inacção, sendo exemplos maiores o prédio do Poço do Borratém, nº 25 (foto 5 – autoria Cerâmica Modernista) e Paço da Rainha, nº 92 (foto 6).

É uma vergonha que continuem a persistir exemplos destes em património municipal.

 Colocamo-nos à disposição de V. Exa. para contribuir, na medida do possível, para as tarefas acima descritas, de modo a que se consiga assegurar em tempo útil o valioso património azulejar que a cidade ainda possui.

 Com os melhores cumprimentos

 Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Irene Santos, Rui Martins, Gustavo da Cunha, Fátima Castanheira, António Pires Veloso, Jorge Pinto, Filipe de Portugal, Carlos Boavida, Helena Espvall, José Maria Amador, António Miranda, Beatriz Empis, Ana Celeste Glória, Miguel Atanásio Carvalho, Ruth da Gama (pelo Fórum Cidadania Lx – Associação)

Isabel Colher e Marta Mendes (pelo MAPA – Movimento de Acção para a Protecção do Azulejo)

Intervenção abusiva em fachada de prédio do Bairro Azul (Conjunto de Interesse Municipal) – alerta à CML (31.05.2024) 1015 1024 Paulo Ferrero

Intervenção abusiva em fachada de prédio do Bairro Azul (Conjunto de Interesse Municipal) – alerta à CML (31.05.2024)

Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
CC. PCML, AML, JFAN
 
Alertamos V. Exa. e os serviços de Urbanismo da CML para a obra em curso no espaço de restauração sito na Rua Fialho de Almeida, nº 6-B, onde se procede neste momento à colocação de placas na cantaria do prédio, conforme foto em anexo, tirada esta semana. Inclusivamente, a porta em madeira do antigo restaurante acaba de ser substituída por uma de vidro, descaracterizando ainda mais a fachada.
Trata-se, como é sabido, de um edifício que integra o Bairro Azul, conjunto classificado de Interesse Municipal, pelo que não se pode aceitar esta intervenção na fachada.
Solicitamos a melhor atenção de V. Exa. para esta intervenção e para a necessidade de, uma vez por todas, a CML proceder à elaboração de um Regulamento para o Bairro ou, à falta deste e de coragem em o fazer, a elaboração de um manual de boas práticas, tantas são já as más práticas nas fachadas e nos interiores dos edifícios deste bairro, desde que o mesmo foi classificado de Interesse Municipal, em 2011 (Edital nº 22, de 1 de Março, da CML).
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Maria Teresa Goulão, Irene Santos, Jorge Pinto, Beatriz Empis, Gustavo da Cunha, Rui Martins, Filipe de Portugal