Património
Casa-Museu Mestre João da Silva continua encerrada e sem rumo à vista – pedido de explicações à SNBA (11.02.2025)
Exmo. Sr. Presidente da Sociedade Nacional de Belas-Artes
Dr. Alexandre Sousa-Machado
C.C. CML, AML e MC
Gostaríamos de saber qual o ponto de situação da Casa-Museu Mestre João da Silva, sita no nº 11 da Rua Tenente Raul Cascais e tutelada por essa prezada instituição após acordo judicial em 2018.
Desde há vários anos a esta parte que se assiste à degradação crescente daquela bela moradia, como, mais importante, se teme pelo seu valioso recheio, enquanto espólio deixado pelo artista para a sua casa-museu, e que contava cerca de 50 mil peças.
Ultimamente, temos vindo a receber alertas de vizinhos dando conta de janelas abertas e do perigo de saque de objectos da colecção.
Lamentamos profundamente que este equipamento esteja como está e, pior, continue a ser do completo desconhecimento do público, envolto que esteve num imbróglio, a todos os níveis deplorável, durante os últimos 20 anos.
Continuamos sem compreender toda esta tristíssima situação, que nos deveria envergonhar a todos.
Perguntamos a V. Exa. o seguinte:
Já está feito o inventário do espólio que ainda se encontrava na moradia aquando do referido acordo judicial?
Confirma-se que desapareceram peças antes dessa decisão? Quantas? Vai a SNBA agir legalmente contra quem se apropriou delas?
Quando é que avançam as obras de recuperação do imóvel que a SNBA anunciou que viriam a ser iniciadas pouco tempo depois da decisão do tribunal mas que nunca se concretizaram?
Muito obrigado.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rui Pedro Barbosa, Ana Alves de Sousa, Helena Espvall, Raquel Henriques da Silva, Fernando Jorge, António Araújo, Beatriz Empis
Foto: Hipersyl
Visita guiada à Igreja dos Paulistas, Sábado, dia 8, às 11h, no seguimento da nomeação Europa Nostra
Visita Guiada por Miguel Soromenho.
Visita agendada no seguimento da nomeação para os 7 Most Endangered Sites 2025 da Europa Nostra.
* Fotografias da visita: https://cidadanialx.org/ visitas-guiadas-2/ (secção “Visitas em 2025”)
Edifício entre-séculos da Rua Capitão Renato Baptista e capela anexa – pedido de informações à CML (07.02.2025)
Exma. Srª Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. AML
Estamos preocupados com o que se vai passar no edifício “Entre-Séculos” do nº 31 da Rua Capitão Renato Baptista, datado de 1899, e capela neo-gótica anexa (Capela do Coração Eucarístico de Jesus, data de 1910, com projecto do arq. Alfredo de Ascensão Machado), ao que sabemos propriedade do Patriarcado de Lisboa.
Estaremos em presença de mais um esventramento completo do edifício, com ampliação?
E qual será o destino da capela encerrada ao culto e abandonada há já alguns anos?
Nesse sentido, e porque não existe nenhum aviso no local, solicitamos a V. Exa. que nos informe se entrou de facto algum projecto relativamente a estes edifícios e, no caso de existir, qual o seu teor e qual foi o parecer da CML.
Muito obrigado
Com elevada consideração, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Rui Pedro Barbosa, Nuno Caiado, Rui Pedro Martins, Jorge Pinto, Helena Espvall, Manuela Correia, Fátima Castanheira, Gustavo da Cunha, Beatriz Empis
Foto: Alberto Carlos Lima (1910), in Arquivo Municipal
PRESS RELEASE: Igreja e Convento dos Paulistas em Lisboa entre os 14 monumentos e sítios mais ameaçados na Europa em 2025 (30.01.2025)
Temos o prazer de anunciar que a Igreja e o Convento dos Paulistas, em Lisboa, fazem parte da lista dos 14 monumentos e sítios pré-seleccionados pela Europa Nostra para a iniciativa “7 Most Endangered Sites” de 2025.
Trata-se de uma candidatura que foi formalizada oportunamente e organizada exclusivamente pelo Fórum Cidadania Lx-Associação, e que obteve o melhor acolhimento junto da Europa Nostra.
A lista final dos 7 monumentos e sítios será divulgada em Abril.
Segue em anexo o Comunicado de Imprensa da Europa Nostra.
Muito obrigado.
A Direcção
…
Balneário D. Maria II – Pedido de substituição da tela colocada em Julho de 2024 (29.01.2025)
Exmo. Sr. Presidente do Património Cultural, IP
Dr. João Soalheiro
C.C. Senhora Ministra da Cultura
Serve o presente para alertar V. Exa. para o estado em que já se encontra a tela colocada sobre o Balneário D. Maria II, em Julho de 2024, pela ESTAMO, com o propósito de proteger aquele Imóvel de Interesse Público, e após solicitação da Senhora Ministra da Cultura.
De facto, é lamentável o tratamento que continua a ser dado a este imóvel precioso e único, tal como o que é dado aos também classificados Pavilhão de Segurança (“Panóptico”) e edifício principal do antigo Hospital Miguel Bombarda.
Como referimos em contacto anterior, todos eles se encontram a degradar, fechados ao público e, pior, sem recuperação nem destino compatível à vista, facto inaudito dada a valia do património em causa, pelo que fazemos votos para que o Ministério da Cultura os tome urgentemente à sua guarda, juntamente com a “Colecção Bombarda”, por via de acordo com a ESTAMO/Ministério das Finanças e Ministério da Saúde.
Entretanto, solicitamos a V. Exa. que o Património Cultural-IP reforce junto da ESTAMO a necessidade de esta mandar colocar uma nova tela a envolver o Balneário D. Maria II, e que desta vez seja uma tela resistente aos ventos.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Pedro Jordão, Rui Pedro Barbosa, Beatriz Empis, Helena Empis, Nuno Caiado, Rui Pedro Martins, Maria Teresa Goulão, Fernando Jorge, Fátima Castanheira, Jorge Pinto, Ana Alves de Sousa, António Araújo, Maria Ramalho
Fotografia de Paula Isabel Santos (27.01.2025)
Capela das Irmãs Escravas do Sagrado Coração de Jesus “reabilitada” a cimento – pedido de esclarecimentos ao Património Cultural (28.01.2025)
Exmo. Sr. Presidente do Património Cultural, IP
Dr. João Soalheiro
Serve o presente para perguntar a V. Exa. se os serviços do Património Cultural-IP têm conhecimento da obra em curso no edifício do Recolhimento de Nossa Senhora do Carmo da Lapa, também conhecido por Capela das Irmãs Escravas do Sagrado Coração de Jesus, sito na Rua da Lapa nº 84, em Lisboa.
Isto porque, para nosso grande espanto, o edifício está a ser intervencionado com massas cimentícias, conforme documentam as fotos que aqui enviamos.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rui Pedro Barbosa, Fernando Jorge, António Araújo, Gustavo da Cunha, Helena Espvall, Jorge Pinto, Fátima Castanheira, Pedro Jordão, Beatriz Empis
Colecção/acervo do antigo Hospital Miguel Bombarda – pedido de passagem de tutela para o Ministério da Cultura (23.01.2025)
Exma. Senhora Ministra da Cultura
Dra. Dalila Rodrigues
C.C. Gab PM, Gab Min.Saúde, MMP-EPE e PC-IP e agência LUSA
Como é do conhecimento de V. Exa., esta Associação submeteu em Dezembro de 2023 à então DGPC, um requerimento de abertura de classificação da “colecção Bombarda”, um acervo que consideramos muito importante e precioso para o país, quer em termos da história da psiquiatria em Portugal quer em termos do Património envolvido, ou seja, das obras artísticas produzidas pelos doentes do Hospital Miguel Bombarda (HMB), a esmagadora maioria delas “art brut”, dos milhares de fotografias e ficheiros clínicos reunidos ao longo de 120 anos, mas também dos objectos de uso clínico, livros de registos, etc.
Fizemo-lo para evitar o desmembramento deste acervo por vários locais, ou, simplesmente, para evitar o desaparecimento de peças, muitas delas de indiscutível valor comercial e que são hoje bastante procuradas.
Este acervo é propriedade do Estado, ou seja, do Ministério da Saúde, e encontra-se hoje dividido pelo Pavilhão de Segurança (8ª Enfermaria, vulgo “Panóptico”) do HMB e pelo Hospital Júlio de Matos (HJM)/ Centro Hospitalar de Psiquiatria de Lisboa. Mais recentemente, por força da nova lei-quadro do Ministério da Saúde, o próprio HJM passou a estar sob a alçada da Unidade Local de Saúde de São José (ULSSJ) pelo que, formalmente, a colecção é toda ela da responsabilidade da ULSSJ.
Estamos confiantes quanto ao bom acolhimento que o nosso pedido de classificação acima referido teve junto da Museus e Monumentos de Portugal, EPE, e da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas; e confiamos que em tempo útil serão formalmente abertos por ambas as instituições os processos de classificação respectivos, das obras artísticas dos doentes e dos objectos do HMB, e das fotografias, dos ficheiros clínicos, livros de registos, etc., ainda que o nosso pedido de classificação tenha sido feito para uma selecção de 400 das mais de 4 mil obras artísticas em presença, e para 44 das mais de 5 mil fotografias existentes – o inventário de ambos os conjuntos continua a decorrer em bom ritmo, graças ao trabalho voluntário do Grupo de Trabalho entretanto constituído e aprovado pelo HJM.
Apesar disso, mantemos sérias preocupações quanto ao futuro da “colecção Bombarda”, dado que não se vislumbra qualquer intenção da tutela da Saúde, ou da ESTAMO, em avançar com obras de conservação e restauro do “Panóptico”, nem do Balneário D. Maria II, nem do edifício principal do HMB, equipamentos que albergavam e expunham algum desse acervo, aquando do encerramento do HMB, muito menos o restauro das obras já danificadas, a digitalização das obras, etc.
Assim, não estão reunidas as condições necessárias em termos de climatização, luminosidade, segurança, etc. para que as obras voltem a estar sequer armazenadas nesses locais, muito menos expostas.
Acresce que o futuro daqueles três edifícios se mantém uma incógnita, dado que a CML manifestou muito recentemente não estar interessada em ficar com o “Panóptico” e o Balneário D. Maria II como “equipamentos culturais”, ao contrário do que tinha sido estipulado no último Pedido de Informação Prévia de Loteamento, promovido em 2021 pela própria CML e pela ESTAMO (PIP que obteve parecer de aprovação condicionada da DGPC).
Por outro lado, também, o futuro do HJM não está definido, sendo o seu encerramento a curto-médio prazo o cenário mais plausível. Deste modo, também é uma incógnita o futuro do acervo do HMB que ali se encontra desde o encerramento deste, e que é, recordamos, a maior parte da “colecção Bombarda”.
Pelo exposto, e porque não vislumbramos do Ministério da Saúde qualquer interesse de facto, vocação estatutária ou capacidade e especialização, em gerir, conservar e divulgar a “colecção Bombarda” como ela merece, desde logo porque este ministério enfrenta problemas vários com o presente e futuro do espólio dos hospitais dos Capuchos, Santa Marta e São José;
Cremos que a melhor solução para se garantir a unidade, uma boa conservação e uma futura musealização in situ da “colecção Bombarda” (nos edifícios de Interesse Público do HMB, por um lado, formalizando-os na Rede Nacional de Museus; e no Forte de Sacavém e Torre do Tombo, por outro, garantindo a digitalização da colecção, e disponibilizando-a on-line) será a sua passagem para a tutela do Ministério da Cultura.
Nesse sentido, apelamos a V. Exa., Senhora Ministra, para que estabeleça os contactos necessários com o Ministério da Saúde, de modo a que sejam iniciados, ainda durante a presente legislatura, os procedimentos necessários para que tal se torne uma realidade!
Temos a certeza que só o Ministério da Cultura tem vocação, conhecimentos e meios físicos para garantir que a “colecção Bombarda” é, de facto, dignificada, protegida e divulgada como merece; numa palavra, que o Interesse Público se sobrepõe a tudo o resto.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Maria Ramalho, Rui Pedro Barbosa, Pedro Jordão, Fátima Castanheira, Helena Espvall, Carlos Moura, Rui Pedro Martins, Filipe de Portugal, Amélia Lérias, Luis Mascarenhas Gaivão, Paulo Trancoso, Fernando Jorge, Maria da Conceição Delgado, Jorge Pinto, Raquel Henriques da Silva, António Araújo (pelo Fórum Cidadania Lx) e Pedro Janarra (membro do GT)
Destruição do resto do geo-monumento da R. Fialho de Almeida para construção de prédio – protesto e pedido de esclarecimentos à CML (10.01.2025)
Ex.mo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Ex.ma Srª Vereadora do Urbanismo
Engª Joana Almeida
C.C. AML, JF Avenidas Novas e media
É com espanto e profunda indignação que constatamos a colocação de aviso de construção de um edifício (https://conceitoarquitetos.pt/projeto-item/bairro-azul/) destruindo o que resta do geo-monumento da Rua Fialho de Almeida!
Um monumento que havia sido mutilado, é certo, aquando da construção do actual SAMS, naquele que foi um acto de selvajaria urbanística assente numa manifesta ignorância de quem então detinha os destinos da cidade, mas que em 2011 ainda acalentava esperanças de ser reconhecido e valorizado enquanto tal mesmo que mutilado. (https://cidadanialx.blogspot.com/2011/12/o-geomonumento-da-rua-fialho-de-almeida.html), e que por isso não chegou a ser classificado de Interesse Público.
Mas a própria CML, há cerca de 10 anos, haveria de colocar uma vedação ao geo-monumento, procedendo também à sua limpeza. Tudo fazia crer que o mesmo seria dignificado e mantido.
A agora anunciada construção de um edifício de 6 pisos (!) com 2 caves para estacionamento, é o fim da linha para um património que é de todos.
E, em nosso entender, a sua aprovação viola o artigo 3º do Regulamento do PDM.
Permitam-nos ainda a seguinte reflexão: o edifício a construir será sem ventilação transversal por força de vir a ser um prédio encastrado na encosta, ou seja, os apartamentos serão, provavelmente e irremediavelmente, insalubres! Perguntamos a V. Exas. se isto é Urbanismo do século XXI?
Muito obrigado.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Luis Mascarenhas Gaivão, Rui Martins, Carlos Boavida, Filipe de Portugal, Beatriz Empis, Eurico de Barros, António Araújo, Jorge Pinto, Fernando Jorge, Manuela Correia
…
Resposta da CML (27.01.2025):
«Exmos. Senhores
Fórum Cidadania Lx,
Encarrega-me a Senhora Vereadora Joana Almeida de confirmar a receção desta comunicação, que mereceu a melhor atenção, e prestar os esclarecimentos necessários.
Compete-nos antes de mais clarificar, como é já do V/ conhecimento, que o PDM, na revisão de 2012 em vigor, não identifica no local em causa um geomonumento.
A parcela encontra-se qualificada na Planta de Ordenamento/Qualificação do Espaço Urbano do PDM, como Espaço Consolidado/Central e Habitacional, traçado urbano B.
As intervenções nestas parcelas encontram-se sujeitas ao cumprimento do disposto nos artigos 41.º a 44.º do Regulamento do PDM.
De acordo com Planta de Ordenamento – Estrutura Ecológica Municipal, excerto abaixo, a parcela não se encontra abrangida pelo Sistema Húmido, identificado a azul, pelo que não há restrição à execução de pisos abaixo do solo:
Por outro lado, o Conjunto do Bairro Azul, classificado como de Interesse Municipal, CML9, não integra a parcela objeto da exposição.
O projeto aprovado obteve o parecer vinculativo favorável, inicialmente da DGPC, e na versão final, da CCDRLVT – Unidade de Cultura, por se tratar de Zona de Proteção ao Palacete Mendonça (Casa de Ventura Terra). O projeto foi também objeto de parecer favorável da Estrutura Consultiva Residente do PDM.
Por fim, resta-nos referir que, querendo, poderá o Fórum Cidadania Lx solicitar a consulta do Processo 1003/EDI/2017.
Com os melhores cumprimentos,
Susana Oliveira
Assessora |Arquitecta
Gabinete da Vereadora Joana Almeida»