Pedido de classificação
Pedido de classificação do Pavilhão Chinês
Exmo. Sr. Presidente do Conselho Directivo do Património Cultural, I.P.
Arq. João Carlos Santos
Como V. Exa. reconhecerá, a classificação de espaços comerciais enquanto bens de Interesse Público só muito recentemente é que começou a ser objecto da atenção da tutela da cultura, havendo hoje um pequeno conjunto de lojas que já o são: Cervejaria Solmar (2019), Confeitaria Nacional (2020), Ourivesaria Barbosa Esteves (2019), Tabacaria Mónaco (2017), Caza das Vellas Loreto (2017), Casa Havaneza () e antiga Casa da Sorte (na realidade os painéis cerâmicos de Querubim Lapa, em 2018),
Outras, poucas, pelo carácter do bem e génio do respectivo criador, e enquanto testemunho de vivências e factos históricos, concepção arquitectónica e decorativa, e de memória colectiva, merecerão sem dúvida igual estatuto, e nesse sentido temos vindo a enviar aos V/serviços algumas delas (Snack-Bar Galeto, Livraria Ferin, Livraria Sá da Costa).
Nesse propósito, consideramos ser de elementar justiça que seja ponderada a classificação do bar mais emblemático e reconhecido de Lisboa, “gabinete de curiosidades”: o Pavilhão Chinês.
Embora a fundação deste bar, pelo decorador e colecionador Luís Pinto Coelho, aponte para 1986, o espaço ocupa o que foi uma célebre mercearia e armazém de víveres que ali funcionou desde 1901. Em 1986, o arq. Carlos Ramos faria o projecto de alterações que resultou no Pavilhão Chinês que hoje conhecemos: mais do que um simples bar de cocktails ou local de convívio, é um regalo para a vista, pela sua decoração em horror vacui, onde se misturam brinquedos de época com loiça de Bordallo Pinheiro, bandeiras, artigos militares, antiguidades, etc., expostos num belíssimo mobiliário ao longo das sucessivas salas do bar, assumindo-se como património móvel integrado perfeitamente no espaço que ocupa.
Pelo exposto, temos o prazer de enviar a V. Exa. o Requerimento de abertura de processo de classificação do Pavilhão Chinês, anexando algumas fotografias elucidativas deste bar.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.
Paulo Ferrero, Luís Mascarenhas Gaivão, Paulo Lopes, Luís Carvalho e Rêgo, João Mineiro, Helena Espvall, Eurico de Barros, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Alexandra Maia Mendonça, Fátima Castanheira, António Araújo, Fernando Jorge, Carlos Boavida, Jorge Pinto, Ana Cristina Figueiredo, Maria do Rosário Reiche, Filipe Teixeira
Foto Lojas Com História/CML
Pedido de classificação da Livraria Ferin
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos
Como é do conhecimento de V. Exa., a Livraria Ferin é a segunda livraria mais antiga do país e é uma das lojas mais importantes e emblemáticas que existem na sua capital, pelo que só por isso mereceria uma classificação de interesse público.
Infelizmente, tal nunca foi até hoje reconhecido pela tutela da Cultura, a quem cabe defender e aplicar medidas de salvaguarda para o património cultural do país.
Infelizmente, também, a Livraria Ferin foi encerrada há poucos dias, desconhecendo-se não só o paradeiro do seu valiosíssimo espólio móvel como o futuro do seu interior, uma vez que a débil protecção de que usufrui (Carta Municipal do Património) não lhe garante minimamente que o mesmo se mantenha como está.
Pelo exposto, e porque consideramos que se há estabelecimentos comerciais que mereçam ser classificados, a Livraria Ferin merece-o prontamente, enviamos a V. Exa. o respectivo requerimento, acompanhado de fotografias, de modo a que a mesma se possa juntar ao lote de lojas já classificadas de Interesse Público pela DGPC (ex. Cervejaria Solmar, Confeitaria Nacional, Ourivesaria Barbosa Esteves e Tabacaria Mónaco).
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos e votos de um Bom Ano de 2024 para todos.
Paulo Ferrero, Luis Mascarenhas Gaivão, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Jorge Pinto, Nuno Caiado, Alexandra Maia Mendonça, Rui Martins, Manuela Correia, Filipe de Portugal, Eurico de Barros, António Araújo, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fátima Castanheira, Gustavo da Cunha, Filipe Teixeira, Tiago Mendes, Maria do Rosário Reiche, Helena Espvall, Beatriz Empis, Fernando Jorge, Raquel Henriques da Silva
Pedido de classificação de 16 painéis azulejares publicitários
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos
Como é do conhecimento de V. Exa., o azulejo publicitário é uma vertente particularmente criativa do azulejo tradicional, e teve o seu fulgor num período de cerca de um século, estendendo-se da segunda metade do século XIX à década de 50 do século passado.
A sua estética e imagética, as cores e o grafismo com que esses painéis azulejares foram sendo desenhados e produzidos durante esses 100 anos, ajudaram, e muito, a desenvolver uma cultura de publicidade até então ausente da nossa sociedade. Firmando créditos junto do público, pelos artigos e produtos publicitados, as firmas comerciais e industriais respectivas, os próprios criadores-artistas, e alterando de forma indelével as fachadas dos edifícios e com isso a imagética de muitos dos arruamentos das nossas cidades, em particular Lisboa, extravasando inclusivamente o tempo de vida útil dos estabelecimentos para os quais foram desenhados.
Infelizmente, porém, a incúria, o desleixo, a não salvaguarda e a pouca importância dada à azulejaria de fachada durante tempo demasiado e, em particular, ao azulejo publicitário, traduziu-se no desaparecimento de muito património, que hoje seria valorizado.
Cremos, mais uma vez, que é pela classificação deste Património que se garantirá não só a sua salvaguarda, como o reconhecimento da sua valia histórica-artística-técnica, que urge assegurar, bem como fomentar junto dos respectivos proprietários e da edilidade o seu restauro cuidado e a sua promoção turístico-cultural.
Nesse sentido, temos o prazer de enviar à consideração de V. Exa. e da Direcção-Geral do Património Cultural o presente requerimento (e anexo com fotografias), acerca de 16 painéis de azulejo publicitário particularmente significativos, das mais variadas épocas, temas e padrões.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Paulo Trancoso, António Miranda, António Araújo, Miguel Atanásio Carvalho, Carlos Boavida, Filipe de Portugal, Jorge Pinto, Beatriz Empis, Rui Pedro Martins, José Maria Amador, Irene Santos, Rita Gomes Ferrão
Foto: David Francisco, Isabel Boavida, in Azulejo Publicitário Português
Pedido de classificação do Convento das Flamengas
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos
Como é do conhecimento de V. Exa., o Convento das Flamengas, em Alcântara, Lisboa, foi fundado no último quartel do século XVI, por iniciativa régia de Filipe I de Portugal, para acolher as religiosas franciscanas vindas da Flandres, em 1582.
O edificado actual, composto por igreja (antiga capela do convento), claustro e ala conventual (2 pisos com cerca de 50 casas/residências sociais, com apenas 3-4 delas ocupadas) resulta de uma série de seccionamentos ocorridos durante o século XX, para a abertura de arruamentos, construção de blocos habitacionais e colocação de pilares para a Ponte 25 de Abril.
Apesar dessas circunstâncias, o conjunto mantém a sua homogeneidade, imponência e relevância urbanística, arquitectónica, histórica e patrimonial, pelo que é incompreensível que a igreja, claustro e ala conventual não estejam classificados por quem de direito.
Com o presente pedido de classificação, pretendemos, não só, colmatar essa lacuna em termos do reconhecimento da sua importância para o país, como ajudar à causa da reabilitação do claustro e de toda a ala conventual, que se encontram em mau estado de conservação, com coberturas e casas em ruínas, e estando o seu logradouro da ala nascente com elementos espúrios (pavilhões de génese ilegal).
Fazemos votos para o bom acolhimento pela DGPC e pelo seu Director-Geral, desta nossa propositura, à qual anexamos o respectivo requerimento e vários elementos documentais.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Luís Mascarenhas Gaivão, Rui Pedro Barbosa, Helena Espvall, Fátima Castanheira, Pedro Bugarin, Rui Pedro Martins, Filipe de Portugal, António Araújo, Carlos Boavida, Ana Cristina Figueiredo, Fernando Jorge, Filipe Teixeira, Jorge Pinto, Maria Ramalho, José Maria Amador
Pedido de classificação do edifício da Rua Andrade, 2
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos
Vimos pelo presente solicitar a V.Exa. a abertura do processo de classificação de um dos mais importantes e belos edifícios do início do século XX existentes em Lisboa, que se encontra praticamente genuíno e que tem profundas ligações à formação do célebre Bairro Andrade, bairro em relação ao qual Norberto de Araújo considerava ter sido “a grande primeira nota de urbanismo, entre campos e lugares aprazíveis”.
Com efeito, o edifício da Rua Andrade, nº 2, que foi legado pelo dr. Anastácio Gonçalves à Santa Casa da Misericórdia, actual proprietária, é de facto um exemplo maior da arquitectura de transição, revivalista e neo-barroca, dirigido à classe média-alta do início do século passado.
A nosso ver, trata-se de mais um edifício daquele período que merece da parte da tutela do Património Cultural o reconhecimento da sua valia e respectiva salvaguarda, bem como medidas de incentivo à sua boa conservação, desideratos assegurados por uma Classificação de Interesse Público.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Rui Pedro Barbosa, Luis Mascarenhas Gaivão, Helena Espvall, António Araújo, Jorge Pinto, Filipe de Portugal, Rui Pedro Martins, José Maria Amador, Beatriz Empis, Fátima Castanheira, Carlos Boavida, Irene Santos, Fernando Jorge, Ruth da Gama, Raquel Henriques da Silva e António Miranda
Pedido de classificação dos 3 urinóis públicos masculinos do séc. XIX de Chão da Feira, Poço do Bispo e Olivais
Ex.mo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos,
Ex.ma. Sra. Subdirectora-Geral do Património Cultural
Dra. Maria Catarina Coelho
No seguimento do nosso requerimento a V. Exas, no mês passado, relativo à eventual classificação pelos serviços da DGPC, dos 4 pavilhões-quiosque de sanitários públicos datados início do século XX e ainda existentes em Lisboa, desta feita temos o prazer de requerer a abertura de procedimento de classificação dos 3 urinóis públicos masculinos do séc. XIX de Chão da Feira, Poço do Bispo e Olivais Velho.
Estamos perante as últimas peças de mobiliário urbano em chapa suspensa datadas do final do século XIX, possivelmente de fabrico francês, existentes em Lisboa e que se encontram em relativo bom estado de conservação.
Trata-se, mais uma vez, de um conjunto único e histórico, que julgamos preencher os requisitos gerais exigíveis para uma classificação pela Direcção-Geral do Património Cultural, designadamente quanto ao “valor estético, técnico ou material intrínseco do bem; a conceção arquitetónica, urbanística e paisagística; a extensão do bem e o que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva; e a importância do bem do ponto de vista da investigação histórica ou científica”.
Juntamos ao presente requerimento, fotos dos 3 urinóis (uma foto de 1961 do exemplar da Praça David Leandro da Silva, autor: Augusto de Jesus Fernandes, in Arquivo Municipal) e três mapas de localização.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos