Projecto alterações Alas Norte e Nascente do Palácio da Ajuda – Pedido de esclarecimentos ao Contacto Atlânticohttps://cidadanialx.org/wp-content/uploads/2024/02/DJI_0890-1024x576.jpeg1024576Paulo FerreroPaulo Ferrerohttps://secure.gravatar.com/avatar/1a023a859192774399d7ac53df6442d0?s=96&d=mm&r=g
C.C. Gab.Ministro, Comissão da AR, Património Cultural, IP e media
Exmo. Sr. Arq. André Caiado
Tomámos conhecimento pelo vosso site da iminência de obras de alterações no Palácio Nacional da Ajuda, anunciadas, inclusivamente, como estando já “em construção”, o que nos surpreende bastante, dado não encontrarmos nenhum anúncio público de concurso sobre esta matéria, ou adjudicação desta obra em concreto, apenas da remodelação da loja do Palácio.
Uma vez que, para lá da escassa informação do V/site, não existe nenhuma informação oficial tornada pública pelo Património Cultural, IP, ex-DGPC, sobre estas obras a iniciar na ala Norte e Nascente do Palácio da Ajuda, e que, pelo que constatamos nas vossas publicações (https://contactoatlantico.com/mies_portfolio/palacio-nacional-da-ajuda/ e https://pt.linkedin.com/posts/joaocaiado_pal%C3%A1cio-nacional-da-ajuda-httpslnkdin-activity-7125808655165251584-OF_Z?trk=public_profile_like_view), a empreitada a desenvolver nas três salas ditas do Tesouro (reservas) terá, inevitavelmente, um impacto imprevisível na espantosa Biblioteca da Ajuda (tão valiosa quanto mal divulgada pela tutela), a nível do seu tecto (nos estuques e pintura frágeis) e estrutura (desde logo nas condições de temperatura e humidade relativa), por força do próprio projecto e pela anunciada cedência daquelas salas para eventos (!) os mais variados;
Estando nós em presença de um Monumento Nacional (Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 Junho), e tendo esta Associação como objecto a defesa do Património no Distrito de Lisboa (Art.2º), vimos solicitar a V. Exas. que, antes que desenvolvamos outras iniciativas, nos informem sobre o seguinte:
1.O vosso projecto está disponível para consulta, onde?
2.Existem relatórios de impacte do projecto, das obras subsequentes e do uso futuro das salas das reservas, na Biblioteca?
3.Qual a intervenção prevista no soalho das salas das reservas?
4.Qual a intervenção prevista para os valiosos e históricos armários das salas das reservas? Vão restaurá-los? Pintá-los, como se marcenaria nova se tratasse?
5.Qual a justificação para a saída das reservas do local onde se encontram? Tratar-se-á de uma saída temporária ou definitiva?
6.Qual a intervenção prevista para a magnífica cobertura (telhado) das Alas Norte e Nascente do Palácio Nacional da Ajuda?
Agradecendo a melhor atenção, apresentamos os nossos cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Luis Mascarenhas Gaivão, António Araújo, Jorge Pinto, Filipe de Portugal, Helena Espvall, Fátima Castanheira, Luís Serpa, Beatriz Empis
Foto: Atelier Contacto Atlântico
Palácio Nacional e Sítio Monumental da Ajuda – pedido de esclarecimentos ao DGPChttps://cidadanialx.org/wp-content/uploads/2023/06/torre-do-galo-scaled-e1688121718199-1024x1017.jpg10241017Paulo FerreroPaulo Ferrerohttps://secure.gravatar.com/avatar/1a023a859192774399d7ac53df6442d0?s=96&d=mm&r=g
No seguimento do artigo “Museu do Tesouro Real, Um Ano Depois”, saído no Público Ípsilon, versão online, em 24 de Junho, e que deixa um desastroso retrato do que foi possível o design fazer nesse museu, julgamos que seria de todo conveniente haver um esclarecimento da DGPC acerca dos pontos abaixo indicados.
Como é do conhecimento geral, quando se começou a falar da construção do Museu do Tesouro Real na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, e independentemente do projecto arquitectónico escolhido pelo Governo e CML para o remate do palácio, várias foram as vozes das entidades responsáveis que prometiam uma “revolução” no sítio monumental da Ajuda.
A triste e actual realidade, contudo, desmente essas entusiastas e certamente irreflectidas promessas:
– A Torre do Galo continua a degradar-se, sem restauro à vista, muito menos com o fabuloso mecanismo do relógio (foto) a trabalhar e os sinos a tocarem, constituindo, inclusivamente, uma ameaça à segurança dos transeuntes, para além de ser o espelho do desleixo com que as coisas se mantêm e são aparentemente toleradas;
– O Jardim das Damas está aberto ao público, gerido pela Junta de Freguesia da Ajuda mas sem controlo, a degradar-se ainda mais, temendo-se pelo furto de azulejos ou de cantarias relevantes, isto passados mais de 10 anos sobre o acordo firmado então entre a DGPC e a CML, em que se gastaram largos milhares de euros na sua recuperação, aparentemente incompleta, além de se ter revelado ineficaz a intervenção na parte poente do talude;
– O Mirante que dá para a Calçada da Ajuda continua no estado que todos sabemos, com vidros partidos e reboco a cair;
– O ajardinamento da envolvente não se fez. Na Alameda dos Pinheiros, o espaço é digno de uma lixeira, o restolho abunda na parte poente e que é vizinha da fachada do MTR;
– As caixilharias das janelas do pátio do palácio apresentam um estado de degradação indigno a todos os níveis;
– Os torreões do Palácio continuam por restaurar nos seus interiores e coberturas.
Para além destes aspectos, gostaríamos que V. Exa. nos elucidasse em relação a alguns pontos que têm sido alvo de justas críticas e se prevê que algum deles seja resolvido até final do presente ano:
– Como está feita a ligação entre o novo edifício do MTR e o antigo corpo do PNA, nomeadamente o eventual impacto que possa ter tido no antigo atelier de D.Luís I, que continua encerrado, ao que se sabe por infiltrações resultantes da alteração ao projecto do MTR, que implicou a acoplagem ao PNA de um corpo em betão, e no túnel que existia sob o pátio do palácio ligando as duas alas daquele, e que terá sido cortado no seguimento de sondagens e perfurações para avaliação de estruturas?
– O que restava do espaço das antigas cozinhas foi mantido?
– O que se planeia ou já está em execução pela DGPC nas importantíssimas salas das reservas do Museu do PNA?
– Finalmente, a lindíssima Sala dos Serenins, gostaríamos de saber o que pretende fazer a DGPC para aquele espaço e restantes edifícios do Laboratório de Arqueociências, por forma a que, designadamente, a utilização da primeira seja compatível com a sua riqueza histórica-decorativa.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Ana Celeste Glória, António Dias Coelho, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro Jordão, José Maria Amador, Raquel Henriques da Silva, Fátima Castanheira, Jorge Pinto, Carlos Boavida, Filipe Teixeira, Helena Espvall, Filipe de Portugal, Maria do Rosário Reiche, João Teixeira, António Araújo, Irene Santos
Foto: Mecanismo do relógio da Torre do Galo, em 2012, por Hermínio Nunes