Protesto por demolição total do interior e ampliação do prédio entre-séculos da R. Eng. Vieira da Silva, 10

Protesto por demolição total do interior e ampliação do prédio entre-séculos da R. Eng. Vieira da Silva, 10 (18.01.2023)
Exma. Sra. Vereadora Joana Almeida
CC. PCML, AML, JF Arroios e media
No seguimento de uma notícia dando conta da compra pela imobiliária Civilria do edifício da Rua Eng. Vieira da Silva, nº 10, na Freguesia de Arroios (https://www.diarioimobiliario.pt/Civilria-compra-dois-edificios-no-centro-de-Lisboa-para-projecto-residencial?fbclid=IwAR0F7cClt9Qx6kubiaRzHWNJr3AJ-Q5K9vnXTXU3q5q_g__xTzJywDhjQds), para ali fazer erguer um  «empreendimento de alta qualidade no centro de Lisboa, destinado a um cliente sofisticado e exigente … num ativo único para uso residencial»;
Consideramos que o anúncio em questão só é possível porque o licenciamento do respectivo projecto de alterações, relativo a demolição e ampliação do prédio – na realidade será a destruição completa do seu interior, mais a inevitável ampliação de 2 pisos e corriqueira manutenção de fachada (“preservação da memória do local”) – se encontra em apreciação CML, uma vez assegurada a homologação por V. Exa. do respectivo projecto de arquitectura;
Trata-se, como é do conhecimento de V. Exa., de um edifício típico da arquitectura de transição, um género em que Lisboa foi rica e de que restam cada vez menos exemplares: um prédio de 1912, que teve apenas uma alteração em 1925 para uma ampliação de 1 piso e que mantém todo o interior de origem, com estuques e azulejos. É um belo edifício de gaveto, que remata bem o topo da rua, com o prédio do  passeio oposto, igualmente da mesma época, numa coerência estilística e arquitectónica assinalável; é um prédio que está em bom estado de conservação, sendo perfeitamente recuperável e habitável por “clientes sofisticados e exigentes”, não havendo por isso necessidade de o desvirtuar. Inclusivamente, a fachada deste prédio teve obras de manutenção há relativamente poucos anos.
Lamentamos profundamente que as más práticas de reabilitação urbana reiteradas pela CML durante quase 15 anos, continuem a pautar a política de urbanismo da CML, depois de tantas falsas expectativas em contrário. E que, mais uma vez, um projecto como este não seja objecto de agendamento para reunião de CML.
Mantemos ainda a esperança de que a Estrutura Consultiva do PDM se venha a pronunciar contra este licenciamento destruidor da imagem de uma Lisboa “Entre-Séculos”, e que a sua voz se faça sentir no Pelouro do Urbanismo.
Na expectativa apresentamos os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Filipe Teixeira, Nuno Caiado, Inês Beleza Barreiros, Carlos Boavida, Eurico de Barros, Helena Espvall, Maria Ramalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fátima Castanheira, Beatriz Empis, Jorge Pinto, Fernando Jorge, Martim Galamba, Gonçalo Cornélio da Silva, Miguel Atanásio Carvalho, Pedro Jordão, Maria do Rosário Reiche, Miguel de Sepúlveda Velloso, Raquel Henriques da Silva, Irene Santos, Pedro Formozinho Sanchez e Carlos Boavida
  • Mau projecto

Leave a Reply

Your email address will not be published.