Especulação imobiliária

Início da demolição da Vivenda Aleluia, em Aveiro – protesto ao PCP 1017 1024 Paulo Ferrero

Início da demolição da Vivenda Aleluia, em Aveiro – protesto ao PCP

Exmo. Senhor Dr. Paulo Raimundo
Secretário-Geral do Partido Comunista Português
 
C.C. 12ª Comissão da AR, GabMC, DGPC, PCM Aveiro e LUSA
Foi com espanto e profunda indignação que soubemos que a delegação do Partido Comunista Português (PCP) em Aveiro decidiu iniciar o desmantelamento da Vivenda Aleluia (1930), de que é proprietária, havendo notícias de gradeamentos, caixilharias e interiores já destruídos.
Como será do conhecimento de V. Exa., a polémica em redor de uma eventual demolição da Vivenda Aleluia, sita na Av. Lourenço Peixinho, há muito que ultrapassou o foro local, mobilizando nos últimos meses a opinião pública de uma forma tal que o assunto chegou à Assembleia da República, por via de uma petição em prol da salvaguarda da moradia histórica, encontrando-se a mesma a aguardar pelo relatório da 12ª Comissão, órgão em que, estranhamente, o PCP se coibiu de participar aquando da audição feita às primeiras peticionárias.
Igualmente, decorre na Direcção-Geral do Património Cultural o processo de emissão de parecer sobre o pedido de classificação de Interesse Público submetido recentemente e com carácter de urgência àqueles serviços, o qual, a ter parecer positivo será o garante de que a casa não será demolida e, portanto, o desmantelamento em curso será ilegal, apesar de aprovado pela CM Aveiro.
Daí este nosso protesto a V. Exa., por o que consideramos ser uma grave contradição, feita por quem, e bem, costuma pautar-se por uma frontal oposição aos projectos urbanísticos selvagens, meramente especulativos e aproveitadores de lacunas legais e permeabilidades autárquicas e centrais, que delapidam o nosso património e destroem a memória histórica por esse país fora.
Contudo, neste caso da Vivenda Aleluia, estranhamente, o PCP decidiu não só ser promotor imobiliário especulativo, talvez na esperança de lucrar milhões com o edifício de cinco andares que vier a ser construído no lugar da moradia, como contradizer-se em relação às suas próprias tomadas de posição no passado, em que por mais do que uma vez defendeu a salvaguarda da Vivenda Aleluia.
Fica o protesto, veemente.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Luís Mascarenhas Gaivão, Rui Pedro Martins, Fernando Jorge, Eurico de Barros, Paula Cristina Peralta, Beatriz Empis, António Araújo, Helena Espvall, Jorge Pinto, Gustavo da Cunha, António Dias Coelho, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira

 

Foto in Cerâmica Modernista
Protesto pela falsa reabilitação do edifício Entre-Séculos do nº 43 da R. Filipe Folque 720 540 Paulo Ferrero

Protesto pela falsa reabilitação do edifício Entre-Séculos do nº 43 da R. Filipe Folque

Exmo. Senhor Presidente
Eng. Carlos Moedas,
Exma. Senhora Vereadora
Engª Joana Almeida
 
C.C. AML, JFAN e media
Serve o presente para apresentarmos a V. Exas. o nosso protesto por aquilo que consideramos ser mais uma machadada na Lisboa “Entre-Séculos”, por via da V/aprovação de um projecto de alterações que consubstancia a completa destruição dos interiores do belo edifício de 1912 da Rua Filipe Folque, nº 43-45, e promove uma ampliação desmedida da moradia em mais 2 pisos em mansarda, em modo “cabeçudo”, alinhando cérceas com os edifícios vizinhos.
Com efeito, 18 meses passados sobre a tomada de posse de V. Exas., continua a não se vislumbrar qualquer alteração na prática de aprovações e de licenciamentos da CML em matéria de projectos urbanísticos relativos a edifícios património da cidade, muito menos se descortinam “novos tempos” no que concerne a uma estratégia ou a um rumo claro em prol da salvaguarda e da reabilitação de facto da chamada arquitectura de transição (século XIX-XX), da pouca que ainda subsiste em Lisboa, após duas décadas de destruição deliberada.
No caso presente, são mais uma vez as “Avenidas Novas” a vítima da especulação imobiliária e da construção nova travestida de reabilitação urbana pela manutenção de fachada; uma prática que tanto protestamos e combatemos desde há 20 anos, e que julgávamos ter sofrido uma inversão com o novo executivo.
Afinal, essa política urbanística só parará quando não existir nenhum edifício dessa época por destruir. Nessa altura, tudo não passará de Arquivo Histórico.
Gratos, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria Ramalho, António Araújo, Rui Pedro Martins, Jorge Pinto, Maria Teresa Goulão, Helena Espvall, Miguel Atanásio Carvalho, Gustavo da Cunha, Manuela Correia, Irene Santos, Ruth da Gama, Maria do Rosário Reiche