Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas
CC. AML e media
Como é do conhecimento de V. Exa., Lisboa tem sido afectada fortemente nas duas últimas décadas pela profusão de graffiti, problema que tem custado muito dinheiro à CML para além de conspurcar a cidade.
Calçada do Lavra, captura de imagem google maps, 2024
Reconheçamos que a própria CML ao incentivar o tag ou o “mural artístico”, a nosso ver sem critério[1], está a estimular o uso abusivo de paredes, empenas e muros por terceiros, que amiúde o fazem de forma ilegal.
Por outro lado, desconhece-se um plano estratégico da CML, que permita garantir a separação do trigo do joio, e uma capacidade de resposta pronta nos casos, e são a maioria, de atropelo à lei[2].
Campo de Ourique-Amoreiras, 2024 Bairro Alto, 2016 (mas poderia ser hoje)
Chegados aqui, e uma vez que ao velho fenómeno se juntaram outros como a inscrição de grandes tags (Rossio, Rato, Estefânia, etc.) em altura, em empenas cegas, e a delapidação de edifícios inteiros e de outras estruturas, como viadutos, por exemplo – veja-se a acção dos “Insanos” na Av. Álvares Cabral, Estrela, Rêgo, Avenidas Novas) -, instamos a CML a repensar a abordagem ao problema dos graffiti e afins, e a agir.
Avenida Álvares Cabral, 2024 Avenida de Roma, 2023
Porque a CML ainda não encontrou qualquer solução, alegando não possuir meios próprios e se colocarem problemas de segurança para a limpeza em edifícios altos, argumento por demais caricato, e se não tem meios, que os adquira ou contrate.
Certo é que a cidade não pode continuar passiva nesta matéria.
Assim, propomos que a CML desenvolva uma nova e melhor estratégia que passe por:
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Remover com meios próprios ou contratados os tags em altura num espaço não superior a uma semana (assim se evitar o “efeito imitação” da exposição prolongada).
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Ponderar uma estratégia de cooperação com proprietários, vítimas da situação.
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Avaliar os resultados da metodologia de limpeza e remoção dos tags até 3,5m de altura.
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Contratar um centro de investigação independente e credível para avaliar o impacto da estratégia municipal na promoção de murais e painéis por toda a cidade.
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Criar uma base de dados de “assinaturas”, à imagem do que se faz em várias cidades dos E.U.A., que possa ser utilizada para acções legais contra meliantes não identificados.
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